Economia

"Crescimento até 2020 requer redução da dívida"

Carlos Costa MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Governador do Banco de Portugal avisa que ciclo de crescimento não só favorece como implica uma trajetória de redução da dívida".

Carlos Costa avisa que Portugal tem de aproveitar o ciclo de crescimento do PIB para tornar a economia portuguesa mais resistente a choques externos e facilitar o financiamento das empresas.

Escutado no parlamento, Carlos Costa alertou que no que diz respeito à evolução da dívida externa, o país não pode ficar de braços cruzados mas sublinha as melhorias económicas dos últimos anos: "a economia portuguesa tem revelado uma grande capacidade de ajustamento macroeconómico, mas não podemos esquecer que persistem importantes constrangimentos ao crescimento de longo prazo", declarou aos deputados, lembrando que "nas últimas décadas, ficou patente que o reduzido crescimento do produto potencial limita a capacidade para sustentar maiores níveis de consumo sem incorrer em desequilíbrios externos".

Por isso, insiste que o país deve "aproveitar o atual momento cíclico para tornar a economia mais resiliente a choques adversos e para reforçar o crescimento de longo prazo".

Para o governador, é "imprescindível e oportuno aumentar a margem de manobra na gestão das nossas interdependências, tanto comerciais como financeiras", sendo o ciclo atual favorável a essa lógica: "até 2020, perspetiva-se uma conjuntura de crescimento do produto e do investimento que não só favorece como requer uma trajetória de redução dos stocks de dívida na economia portuguesa, por forma, por um lado, a imunizar a economia a choques adversos futuros e, por outro, a abrir margem ao financiamento do investimento", enfatizou.