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Moscovo «apoiará» decisões da Abkházia e Ossétia sobre estatuto

Dmitri Medvedev Epa

A Rússia «apoiará» e «garantirá» as decisões das regiões separatistas da Abkházia e Ossétia sobre o seu estatuto, garantiu esta quinta-feira o presidente russo. Entretanto, o jornalista Luís Rego registou várias explosões de bombas em Gori.

Moscovo «apoiará» qualquer decisão das repúblicas separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul sobre o seu estatuto, garantiu esta quinta-feira o Presidente russo, Dmitri Medvedev, segundo as agências noticiosas russas.
 
«Nós apoiaremos qualquer decisão que tomem os povos da Ossétia do Sul e da Abkházia, em conformidade com a Carta da ONU, a convenção internacional de 1966 e a declaração de Helsínquia sobre a segurança na Europa, e garantiremo-la quer no Cáucaso, quer no mundo inteiro», declarou Dmitri Medvedev.
 
O Presidente russo fez esta declaração ao receber no Kremlin os presidentes separatistas das repúblicas georgianas autoproclamadas da Abkházia e da Ossétia do Sul, Serguei Bagapch e Eduard Kojoity, respectivamente.
 
Os dois líderes separatistas assinaram o plano de paz em seis pontos negociado terça-feira com Moscovo e Tbilissi pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy, presidente em exercício da União Europeia, segundo as agências.
 
A independência dos dois territórios, proclamada no início dos anos 1990 e defendida em conflitos sangrentos com um apoio russo contra o exército georgiana, não é reconhecida por nenhum Estado.
 
A Rússia advertiu, após o reconhecimento pelos ocidentais da independência do Kosovo em relação à sua aliada a Sérvia, que se reservava a partir dessa altura o direito de tomar a mesma atitude relativamente aos territórios separatistas georgianos.
   
Também esta quinta-feira, decorrem negociações entre as chefias militares russa e georgianas para a retirada dos militares russos da cidade de Gori.

Num serviço especial para a TSF, ao final da manhã desta quinta-feira, o jornalista do Diário Económico Luís Rego deu conta de bombas a rebentar com alguma frequência na parte sul de Gori, não sabendo precisar quem era o responsável.

Na quarta-feira, «militares russos diziam-nos que um dos objectivos para cercar Gori era o de fazer explodir algumas das bombas que se encontravam dentro da cidade para impedir o seu acesso a civis», lembrou.