O governo alemão está a tomar medidas para fazer frente à BSE. O ministério da Agricultura está a ser reorganizado para reforçar a atenção em áreas chave como a segurança alimentar e a protecção do consumidor.
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A Alemanha vai reorganizar os serviços do Ministério da Agricultura para fazer frente à doença das vacas loucas.
O responsável da pasta pretende dar mais atenção às áreas do ambiente e segurança alimentar, uma semana depois de terem sido descobertos dois novos casos da epidemia.
Para atingir os objectivos propostos, o ministro da Agricultura alemão, Karl Heinz Funke (na foto), vai criar uma «divisão autónoma» dedicada aos temas da ecologia, da protecção dos consumidores e da segurança alimentar.
«Necessitamos de uma nova política agrícola, com novos objectivos e novos pontos capitais», sublinhou Heinz Funke.
Segundo o comunicado divulgado pelo gabinete ministerial, a segurança alimentar, o ambiente e o desenvolvimento tornaram-se «temas dominantes da política da União Europeia», pelo que é urgente criar «um novo quadro legislativo».
Por sua vez o conselho científico do ministério vai ser reforçado e vai gerir todos os temas relacionados com a BSE, para além de prosseguir com a pesquisa científica na área.
A proibição das farinhas de carne na alimentação de todos os animais, votada quinta-feira pelo parlamento alemão, entra hoje em vigor.
UE discute BSE
O tema vai também ser discutido a nível europeu na próxima segunda-feira. Os ministros da Agricultura dos Quinze vão reunir-se em Bruxelas para discutir a proibição temporária do uso de farinhas de carne e osso na alimentação de todos os animais de criação na União Europeia.
A medida, agendada para seis meses, foi apresentada quarta-feira pela Comissão Europeia para tentar restaurar a confiança em relação ao consumo de carne de vaca.
A polémica vai marcar a sessão, porque seja por razões económicas ou políticas, nem todos os países da União Europeia estão de acordo com a proposta.
A medida de Bruxelas já encontrou a rejeição do Comité Veterinário Permanente da União Europeia, quinta-feira passada, esbarrando com o «chumbo» de países que já têm a medida em curso, como é o caso do Reino Unido.
Se a proposta for de novo rejeitada, a Comissão Europeia reserva-se o direito de a impor aos Estados-membros.