O Bloco de Esquerda (BE) defendeu, este domingo, uma nova organização da semana de trabalho, com a redução do horário laboral para 36 horas distribuídas por quatro dias, deixando mais um dia livre.
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No encerramento da «Marcha pelo Emprego» do BE, que percorreu mais de 300 quilómetros em 17 dias, a deputada do Bloco de esquerda, Helena Pinto, salientou a proposta do partido de «aumentar um dia livre e reduzir o horário de trabalho» para «aumentar a partilha do emprego» em Portugal.
A deputada alegou que «hoje em dia a União Europeia proíbe a discussão da redução do horário de trabalho» e propôs uma luta «em toda a Europa» por menos carga horária «sem redução de direitos», rejeitando «o trabalho a tempo parcial».
No almoço que encerrou, em Lisboa, a «Marcha pelo Emprego», a proposta do BE, de reduzir a semana de trabalho de 40 para 36 horas, nove horas distribuídas por quatro dias, foi também referida pelo coordenador da Comissão Política do partido, Francisco Louçã.
Louçã definiu o BE como «a esquerda que vai à luta», os «socialistas que não cabem em pactos com a direita» e considerou que os 17 dias de marcha, em que participaram «mais de mil pessoas», foram a «prova da implantação popular em todo o país» do partido.
«Somos a oposição de esquerda ao Governo de José Sócrates, que não aceita que possa haver justiça que não tenha a elevação de combater o crime económico, a corrupção e o branqueamento de capitais», declarou, referindo-se ao acordo político-parlamentar para a reforma da Justiça entre PS e PSD.
No seu discurso, perante cerca de 800 apoiantes, o dirigente do BE repetiu que o partido «não aceita» o desemprego e exigiu que o executivo do PS divulgue os números de desempregados, pedindo «a conta certa deste défice social, desta dívida interna».
Francisco Louçã acusou ainda o primeiro-ministro de ser responsável pelos «maiores avanços do despedimento» em Portugal.