O presidente da Câmara de Benavente considera que a nova opção apontada pelo Governo para Alcochete será decisiva para o desenvolvimento do concelho, mas alerta para algumas «pressões» sobre o território, nomeadamente ao nível imobiliário. A presidente da Câmara do Montijo também partilha estas preocupações.
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O presidente da Câmara de Benavente, município onde se situa mais de 80 por cento da área do Campo de Tiro de Alcochete, congratulou-se por esta ter sido considerada a «melhor opção para o país» para localização do novo aeroporto.
António José Ganhão (CDU) reagia ao anúncio feito hoje pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de que a opção preliminar do Governo para construção do novo aeroporto internacional de Lisboa incide na área actualmente ocupada pelo Campo de Tiro de Alcochete, que se situa nos concelhos de Benavente e Montijo, na margem sul do Tejo.
O autarca disse, contudo, que desta opção vão resultar «pressões», nomeadamente urbanísticas, sobre o território do concelho, «que têm que ser geridas com cuidado».
António José Ganhão garantiu que não quer transformar Benavente num dormitório de Lisboa nem perder a qualidade de vida que tem sido conquistada ao longo dos últimos anos.
«Queremos um crescimento sustentado e harmonioso, em que o parque habitacional cresça à medida que haja criação de emprego», num princípio de «complementaridade» com a Área Metropolitana de Lisboa.
As preocupações do autarca de Benavente são partilhadas pela presidente da Câmara do Montijo, Maria Amélia Antunes (PS).
«Coloca ao município do Montijo boas perspectivas, novos desafios, mas também novas preocupações. É importante preservar valores ambientais, também deve haver um contraponto aos interesses especulativos no sentido de criar condições para que o investimento seja privilegiado ao nível empresarial e não na construção de cada vez mais habitação», salienta.