Carlos Carvalhas convidou, no debate mensal no parlamento, o primeiro-ministro a demitir-se, o que facilitaria a vida do Presidente da República. Na resposta, Santana Lopes disse que compreendia que Carvalhas não se «quisesse ir embora sozinho».
Corpo do artigo
Carlos Carvalhas convidou o primeiro-ministro a demitir a fim de «facilitar a vida» ao Presidente da República e dar uma «alegria» ao País na intervenção que fez no Debate Mensal na Assembleia da República.
«Diga aqui com um gesto de audácia: obviamente, demito-me. Pague o favor que deve ao Presidente da República, facilitando-lhe a vida e novas decisões», afirmou o ainda secretário-geral do PCP que assinalou a «degradação da vida social e política» nos últimos tempos.
Santana Lopes respondeu de pronto, assegurando que tem «o apoio da maioria dos portugueses» e, ironicamente, disse mesmo que compreendia que Carvalhas não «se quisesse ir embora sozinho» numa alusão à saída anunciada do líder comunista que fez o seu último debate mensal como secretário-geral do PCP.
«Desde que sou primeiro-ministro, já mudaram quase todos os partidos. Sabem que vão perder as eleições. No final, lá faremos as contas do que o povo quer», continuou Santana.
O chefe do Governo esclareceu ainda Carvalhas sobre as indemnizações às vítimas dos incêndios no Algarve, que deverão ser pagas a 15 ou 20 de Outubro, mas nada adiantou sobre os aumentos da Função Pública.
Ainda dentro da interpelação do líder comunista, Santana anunciou a construção das auto-estradas Vila Real-Bragança e Portalegre-Castelo Branco e disponibilizou-se para aceitar propostas da oposição para a nova lei do arrendamento.
Santana garantiu ainda que vai haver «discriminação positiva» favor dos locais que tiveram expectativas criadas por anos» na questão das SCUT, tal como está previsto na resolução do Conselho de Ministros.
Na resposta, Carvalhas perguntou por quanto tempo é que estas «isenções» iriam durar.