Fernando Charrua, o professor acusado de ter ofendido o primeiro-ministro, exige ser indemnizado pelo Estado por causa dos prejuízos que diz ter sofrido nos últimos três meses. Esta terça-feira a ministra da Educação anunciou o arquivamento do processo disciplinar que lhe foi movido.
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Fernando Charrua mostra-se indignado com o modo como decorreu todo este caso, na medida em que no passado o Ministério da Educação pôs fim à sua requisição de funções na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), pelo que o professor acabou por regressar à escola secundária do Porto a que estava afecto, causando-lhe diversos transtornos profissionais e pessoais.
«Se a suspensão preventiva era ilegal o fim da requisição não tem justificação, pelo que é um acto nulo, o que quer dizer que as tropelias do ministério da Educação nesta matéria são mais que muitas», disse.
Por este motivo Fernando Charrua considera que deve ser «ressarcido dos danos morais, porque fiquei abalado e doente».
O professor admite avançar para tribunal para reclamar esta indemnização e porque quer voltar a trabalhar na DREN, ocupando a mesma «posição que tinha no dia 23 de Abril às 8:30», mesmo que seja sob as ordens de Margarida Moreira.
De qualquer forma, o docente salientou que de acordo com a sua «opinião política» do caso aquela directora regional «não tem as mínimas condições de continuar à frente da DREN», porque «foi desautorizada pela ministra».
Fernando Charrua salientou ainda que a Maria de Lurdes Rodrigues, depois de ter recebido diversos «recursos hierárquicos» por si enviados, a que não respondeu, tinha conhecimento de como toda a situação iria acabar.
«A senhora ministra não tinha outra saída possível», salientou.
«Fez de conta que não sabia, disse ao Parlamento que não sabia, faltou à verdade, o senhor primeiro-ministro também disse que não sabia e também faltou à verdade. De modo que o Governo brincou com o cidadão como quis e lhe apeteceu durante três meses. Esta situação tem que ter consequências políticas», defendeu.
O professor de Inglês Fernando Charrua, que trabalhava há quase 20 anos na DREN, foi suspenso de funções em Abril por alegadamente ter feito um comentário ao caso da licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente, durante uma conversa com um colega, nas instalações daquela direcção.