O ministro das Obras Públicas assegurou, esta sexta-feira, que os contratos com a Lusoponte vão ser renegociados, por causa da construção de uma terceira travessia sobre o Tejo. Ainda assim, Mário Lino, escusou-se a revelar se vai haver uma redução nos preços das portagens.
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Mário Lino anunciou hoje que os contratos com a Lusoponte vão ser renegociados, na sequência da construção do novo aeroporto em Alcochete que vai levar à construção de uma terceira travessia sobre o Tejo.
Questionado sobre as portagens nas pontes sobre o Rio Tejo, o ministro das Obras Públicas escusou-se, no entanto, a revelar se a renegociação vai implicar uma redução nos preços.
«Vai haver um processo de discussão com a Lusoponte, com o objectivo de repensar o contrato», disse o governante, sem revelar mais pormenores.
Entretanto, contactada pela TSF, a Lusoponte não fez qualquer comentário, remetendo este assunto para o Governo.
Estas declarações surgem no dia em que a imprensa dá conta que a alteração das expectativas de tráfego nas travessias do Tejo é a justificação para voltar a renegociar o contrato de concessão.
O Correio da Manhã adianta que o Governo já estudou todos os cenários, pedindo pareceres jurídicos que sustentem a renegociação do contrato com a Lusoponte.
O interesse nacional será um outro argumento a ser posto em cima da mesa, escreve o jornal.
Neste momento, a Lusoponte tem a exclusividade da exploração das travessias do Tejo a jusante de Vila Franca de Xira, sendo que o actual contrato prevê que seja automaticamente concessionado a ponte Chelas-Barreiro ou, em alternativa, que existam compensações pelo tráfego perdido na Vasco da Gama e 25 de Abril.
Por seu lado, o Diário Económico escreve que o concurso público para a terceira travessia sobre o Tejo vai arrancar até ao final do ano pela Rede de Alta Velocidade.
Segundo o jornal, a secretária de estado dos Transportes terá solicitado à RAVE um estudo sobre as melhores soluções de ligação do TGV à alternativa Alcochete.
O DE diz ainda que o estudo está pronto há algumas semanas, prevendo uma divisão da linha ferroviária no Barreiro, com a rede convencional a seguir junto à costa e a de alta velocidade a seguir em direcção a Évora.
Em relação ao investimento e ao impacto que o aeroporto de Alcochete vai ter na economia nacional, Augusto Mateus, um dos consultores do LNEC, estimou, em declarações ao DE, que, até 2030, devem ser criados entre 40 a 60 mil postos de trabalho.