O presidente da Comissão Europeia considera que o balanço do primeiro ano do euro é positivo. Numa entrevista conjunta ao «La Repubblica», «El País» e «Le Monde», Prodi frisa que o aumento dos preços verificou-se por falta de controlo dos governos.
Corpo do artigo
A moeda europeia, comum a 12 países, estás prestes a comemorar o primeiro aniversário. Romano Prodi considera que o balanço do primeiro ano do euro «é positivo em todos os pontos de vista», frisando que o euro «é o novo actor central da economia mundial».
«Quando nos lembramos das previsões catastróficas sobre a sua chegada (...) é positivo, porque o euro afirmou-se como um ponto de referência dos mercados financeiros internacionais e como moeda de reserva dos bancos centrais. (...) O euro representa a economia europeia», frisou Prodi.
Questionado sobre o facto da introdução do euro ter conduzido ao aumento de preços, o presidente da Comissão Europeia contestou a afirmação e justificou que esses aumentos aconteceram, única e exclusivamente, por culpa da falta de controlo de cada um dos governos.
«Os aumentos foram modestos, como mostram os últimos dados fornecidos pelo Banco Central Europeu (BCE). Poderiam ter sido evitados, porque eles são injustificados. (...) Os aumentos não podem ser atribuídos à introdução do euro, mas sim à falta de controlo por parte dos governos», referiu Prodi.
Sobre a sucessão de Wim Duisenberg, que preside o BCE, no início de Julho, Romano Prodi mostra-se confiante. «Penso que não será uma sucessão difícil. Tudo mérito de Duisenberg (...), já que foi capaz de construir uma estrutura tecnicamente autónoma e respeitada por todos os países», disse.
Precaução na adesão ao euro
Quanto ao futuro da moeda única, sobretudo quanto à possível destabilização do euro com a entrada de dez novos países para a União Europeia, em 2004, o presidente da Comissão lembra que «entrar para a União não significa entrar no sistema monetário europeu».
«Os novos países serão submetidos aos mesmos exames e expectativas por que passaram os membros actuais. A zona euro só será alargada aos novos Estados membros num futuro que não é certamente próximo e após exames rigorosos», sublinhou Romano Prodi.