O Sindicato dos Guardas Prisionais apoia a providência cautelar de um recluso que não concorda com a troca de seringas dentro das prisões. O presidente deste sindicato diz que a medida não traz benefícios, podendo mesmo aumentar a propagação de doenças infecto-contagiosas.
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O presidente do Sindicato dos Guardas Prisionais apoia em toda a linha a providência cautelar que foi entregue por um recluso da cadeia de Paços de Ferreira que pretende que a troca de seringas não seja possível dentro das prisões como o pretende o Governo no âmbito do Plano de Combate às Doenças Infecto-contagiosas.
«O sindicato tem a mesma opinião. Partilhamos a opinião da população reclusa e espero que o Governo siga os interesses da população já que quando apresentamos os mesmos problemas não nos deram grandes ouvidos», explicou Jorge Alves.
Em declarações à TSF, este dirigente sindical considera que a medida do Governo tal como foi apresentada «não traz benefícios, pois não combate em nada as doenças infecto-contagiosas», podendo mesmo aumentar a propagação, havendo ainda o risco de haver seringas como arma.
A petição entregue esta manhã no Tribunal Administrativo de Paços de Ferreira pelo advogado de um recluso da cadeia desta cidade que foi condenado por crimes económicos e que está há dez anos neste estabelecimento.
Este preso, apesar de poder sair em breve da cadeia, está preocupado com a medida do Governo pois entende que poderá estar em causa a saúde pública, uma preocupação que é partilhada também por outro reclusos que ponderam entregar providências cautelares semelhantes.
Estes reclusos têm a opção de subscrever a providência cautelar entregue no Tribunal Administrativo de Paços de Ferreira, avançar com outras providências cautelares ou então subscrever um abaixo-assinado que poderá ser entregue ao Governo.
Todos dizem que com esta iniciativa o Executivo está a legalizar o tráfico de droga dentro das prisões e não a proteger a saúde dos detidos.