As modelos demasiado magras ficaram de fora da Semana da Moda de Madrid, o maior certame espanhol do sector. Trinta por cento das candidatas a este certame não tiveram autorização para desfilar, pois tinham um Índice de Massa Muscular inferior ao mínimo admitido.
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A Espanha vai ser o primeiro país a adoptar medidas para que as modelos demasiado magras seja impedidas de ir para a "passerelle", numa medida que visa a luta contra a anorexia, bastante comum nas mulheres mais jovens.
A medida entra já em vigor durante a Semana de Moda de Madrid, o maior certame do sector em Espanha, que vai apenas ter manequins com peso saudável nas "passerelles" do Passeio Cibeles.
As manequins foram avaliadas por médicos, tendo na pré-selecção sido rejeitadas 30 por cento das candidatas, tendo entretanto mais cinco modelos perdido a hipótese de participarem no certame que decorre entre esta segunda e sexta-feira.
Para poderem desfilar, as modelos têm de ter mais de 18 anos e ter um Índice de Massa Muscular superior a 18, um valor que implica um peso mínimo de 56 kg para uma altura de 1,75 metros.
A directora da maior "passerelle" espanhola congratulou-se pelo interesse da comunicação social de vários países em virtude da aplicação desta medida.
«É impressionante o número de meios de comunicação social que estamos a receber de todo o mundo. Fomos entrevistados pela BBC e pela CNN e todos concordam com esta medida», explicou Cuca Solana.
Apesar de muitas modelos concordarem com a medida, haverá muitas que terão dificuldades em arranjar emprego, algo que uma das manequins seleccionadas para este certame criticou.
«Parece um pouco discriminatório, parece um ataque pessoal. Uma pessoa pensa que está bem, mas chegamos a algum lado para desfilar e dizem-nos que afinal não podemos e acabou», adiantou Maria.
O desenhador Juan Luioz considera, por seu lado, que com a aplicação desta medida poder-se-á «ver um modelo de saúde e beleza que todos defendemos».
Por seu turno, Manuel Serrão, organizador da «Portugal Fashion», concorda com esta iniciativa, mas recorda que em Portugal nunca se verificaram muitos casos de magreza excessiva nas manequins.
«Não me estou a lembrar de ninguém que tenha tido algum sucesso enveredando por este caminho. Penso que em Portugal houve sempre mais equilíbrio. Mas havia um pouco essa ideia de alguns manequins que achava que estavam em boas condições pensarem que estavam gordas e precisavam de emagrecer», explicou o empresário.