O Procurador-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau, Octávio Alves, ordenou esta sexta-feira a abertura «imediata» de um inquérito criminal contra Kumba Ialá por alegada ocupação das instalações da Presidência da República na madrugada de quarta-feira.
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Em despacho hoje divulgado, o PGR guineense considera que a situação provocada pelo ex-presidente causou distúrbios na cidade de Bissau, que «deixaram marcas negativas tanto a nível interno como externo».
«Tendo em conta que a introdução de Kumba Ialá nas instalações da Presidência da República se terá verificado na sequência da sua auto-proclamação como Chefe de Estado, no dia 15 de Maio, é ordenada a imediata abertura de inquérito criminal» contra o ex-presidente, lê-se no documento, a que a Agência Lusa teve acesso.
Quinta-feira, numa conferência de imprensa, Kumba Ialá negou que tenha ido à Presidência da República, alegando que, na altura dos acontecimentos, estava em casa a dormir, e acusou o presidente interino, Henrique Rosa, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de terem montado uma farsa.
Numa outra nota da procuradoria da República, desta feita assinada pelo número dois desta instituição judicial guineense, Lucinda Barbosa Ahukarié, é mandado também instaurar um processo de averiguação criminal contra Salvador Tchongó, presidente da Resistência da Guiné-Bissau (RGB).
Contactado pela TSF, Kumba Ialá disse não ter conhecimento do despacho do PGR, escusando-se a fazer, deste modo, qualquer comentário.