Os portugueses terminam, na segunda-feira, os 139 dias de trabalho necessários só para pagar os impostos, revelou um estudo da AIP. Para o presidente Rocha de Matos, Portugal necessita de um sistema fiscal mais coerente.
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Os portugueses terminam, na próxima segunda-feira, os 139 dias de trabalho que necessitavam para pagar unicamente os impostos, revelou um estudo da Associação Industrial Portuguesa (AIP) realizado pela Faculdade de Economia da Universidade de Lisboa.
Todos os anos, desde 2003, que os portugueses têm de trabalhar mais dias para pagar os impostos, sendo que este ano a libertação chegou um dia mais tarde do que em 2007.
No entanto, ao contabilizar a despesa pública, só a partir de 17 de Junho é que os portugueses começam a trabalhar para a própria carteira, também mais um dia do que no ano passado.
As contas já incluem a redução do IVA para 20 por cento a entrar em vigor em Julho, mas, para o presidente da AIP, era preferível que o alívio da carga fiscal incidisse no IRC e no IRS, de forma a melhorar a «competitividade das empresas».
Rocha de Matos considerou que Portugal necessita de um sistema fiscal mais coerente e mais próximo do de Espanha, sob pena de os progressos na consolidação orçamental estagnarem.
O presidente da AIP defendeu também a criação de «uma estratégia nacional que vá exactamente ao encontro melhorar a consolidação orçamental, para tornar Portugal mais competitivo «no quadro internacional»
Em nome das empresas, Rocha de Matos também defendeu que o dia da libertação dos impostos comece a chegar mais cedo, ou então que funcione como na Suécia, onde apesar de um trabalhador necessitar de trabalhar ainda mais dias para pagar ao fisco, recebe em contrapartida melhores serviços públicos.