Os líderes do PS e dos CDS-PP encontraram-se para discutir o financiamento dos partidos políticos e ambos concordaram em dois pontos: deve ser essencialmente público e os custos das campanhas eleitorais devem ser menores.
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«Rigor e transparência» são as duas prioridades de Paulo Portas e de Ferro Rodrigues para a mudança do sistema político.
Relativamente ao financiamento dos partidos, no final da reunião desta segunda-feira, os dois líderes chegaram a acordo sobre a necessidade de que este seja essencialmente público e que as campanhas eleitorais sejam mais baratas.
Ferro Rodrigues sublinhou que «o Partido Popular fez uma evolução no sentido de considerar que tem que haver uma maior importância no financiamento público, o que não quer dizer que assim seja exclusivamente».
Nesse sentido, uma das matérias pertinentes refere-se às campanhas eleitorais para as quais o líder socialista defende «um maior controlo sobre as despesas».
A mesma opinião é defendida por Paulo Portas. «Queremos um financiamento essencialmente público, mas a nossa posição será em primeiro lugar conciliada dentro da maioria e depois com os outros partidos, com destaque para o principal partido da oposição».
Divergências à parte
Já várias vezes o secretário geral do PS pediu a demissão do ministro da Defesa, mas hoje frisou que não era esse o assunto.
«Já disse que não preciso de dizer todos os dias a mesma coisa. Nunca pedi a demissão de Paulo Portas enquanto líder do CDS-PP e é nessa qualidade que aqui estou, enquanto líder do PS», esclareceu Ferro Rodrigues.
Sobre este assunto, o líder popular sublinhou que «em democracia não há inimigos, mas adversários».
«Somos um partido de direita, os socialistas são um partido de esquerda, pelo que a qualidade da democracia consiste em haver consensos quando é possível e divergências civilizadas quando é necessário», considerou Paulo Portas.
Na semana passada, Durão Barroso e Ferro Rodrigues anunciaram que um acordo seria conseguido o mais tardar até 25 de Abril de 2003, altura em que estaria concluída a primeira fase da reforma do sistema político, na qual deverá estar incluída não só a lei dos partidos políticos, mas também a lei do financiamento e o limite dos mandatos dos titulares de cargos públicos.
Para 2003, os dois partidos querem menos crispação, mais debate e mais qualidade na democracia.