O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou esta terça-feira a ampliação dos cuidados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que integrará pela primeira vez programas nacionais de saúde oral, a vacina contra o cancro do colo do útero e o apoio à procriação medicamente assistida.
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O primeiro-ministro anunciou no debate do Orçamento do Estado para 2008, esta terça-feira, que a vacina contra o cancro no colo do útero vai ser integrada no Plano Nacional de Vacinação.
«O Governo incluirá, como está incluído no Orçamento, a partir do próximo ano esta vacina no Plano Nacional de Vacinação, assegurando que o acesso não dependerá das condições económicas das respectivas famílias», adiantou.
Uma decisão que Luís Graça, presidente do Colégio de Ginecologia da Ordem dos Médicos, já elogiou, considerando que terá efeitos positivos na saúde pública.
«No prazo de 20 ou 25 anos vamos ter resultados muito substanciais em termos de saúde pública», adiantou Luís Graça, salientando que Portugal é um dos primeiros países da Europa a introduzir a vacina contra o cancro do colo do útero no Plano Nacional de Vacinação.
No Parlamento, José Sócrates anunciou também outra novidade relacionada com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao dar conta de um programa relacionado com a saúde oral.
«O SNS vai passar a integrar um programa nacional de saúde oral em três vertentes, será alargado ao conjunto das crianças dos seis aos 12 anos a intervenção de prevenção de cárie dentária realizada nas escolas, será assegurada a cobertura de 65 mil grávidas e aumentados os apoios aos idosos que beneficiem do complemento solidário na aplicação de próteses», afirmou.
O bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, fica satisfeito, mas não deixa de lembrar que este é o resultado de um alerta que já durava há vários anos.
«É o culminar de sete anos de uma permanente chamada de atenção pública e de diálogo com os sucessivos governos que pelos vistos encontra agora resposta. Espero que deste modo se possa reverter a verdadeira sangria que se tem verificado nos últimos anos de médicos dentistas a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde inglês», disse.
José Sócrates anunciou também, esta terça-feira, os primeiros apoios públicos para a Procriação Medicamente Assistida.
«O SNS assegurará pela primeira vez no próximo ano o financiamento público a cem por cento na primeira linha de tratamentos e do primeiro ciclo da segunda linha de tratamentos» nesta área, assegurou.
Por esta via, de acordo com a estimativa de Sócrates, «a parcela assumida pelo SNS passará a ser superior à parcela assumida pelos casais» no conjunto dos encargos com a procriação medicamente assistida.