Vitor Dias, membro da comissão política e do comité central do PCP, propõe uma convergência com o PS de forma a se construir uma alternativa de esquerda para chegar ao poder.
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O membro da comissão política e do comité central, Vitor Dias, propôs hoje uma
convergência com o PS para a construção de uma alternativa de esquerda com vista ao exercício do poder.
O militante comunista sustentou a sua posição nas ideias veiculadas na Proposta de Resolução Política apresentada ao XVI Congresso, na qual considera que o PCP «é a força essencial e determinante para uma política de esquerda».
Mas uma possível convergência com o partido do Governo implica algumas condições. «O critério básico e pedra de toque prévia é a realização de uma política de esquerda». O PCP não se contentará com «retoques acessórios ou rectificações menores na política de direita seguida pelo PS», acentuou.
Para Vitor Dias, a alternativa de esquerda surge como uma «urgente
necessidade nacional».A expressão «pode ser uma bandeira de luta e um objectivo unificador das propostas de uma nova política».
Tal como já tinha defendido Octávio Teixeira na sua intervenção, Dias sustentou que o PCP «Somos de facto um partido com vocação de poder e aptidão e legitimidade para o exercer. Jamais alguém nos remeterá para o limbo da marginalidade política», e considera que o obstáculo à realização de um alternativa de esquerda é o «prolongado enfeudamento do PS aos eixos essenciais da política de direita».
No primeiro dia do congresso comunista, Octávio Teixeira tinha defendido precisamente que seria um erro político privilegiar o PCP como um partido de protesto dos mais desfavorecidos, em desfavor de um partido de propostas.
Dias defende que as reformas mais urgentes para a tal convergência com o PS serão: a reforma do serviço nacional de saúde, um novo rumo para a união europeia, a reforma urgente da justiça e a defesa do sector público, que a Proposta de Resolução Política avança.