À porta, há uma fila de pessoas que aguardam pela "luz verde" para entrarem na livraria. Mas primeiro tiveram que comprar o bilhete, que custa 3 euros e pode ser descontado na compra de um livro. Lá dentro, nova fila, junto à caixa. José Manuel Lello, um dos administradores, faz um balanço muito positivo destes 3 meses de entradas pagas, diz que excedeu as expectativas, as vendas triplicaram.
Relacionados
"Temos muitos clientes nacionais, muitos turistas nacionais, que passaram a comprar livros que normalmente comprariam nos locais de onde vêm... Lisboa, Algarve, etc... com este valor na mão passaram a comprar aqui. De maneira que mesmo os livros portugueses menos dedicados a turistas tiveram um boom de vendas extraordinário".
Em todos os cantos da Lello vê-se alguém a folhear livros, ou de olhos postos nos tetos, nas paredes, com as máquinas fotográficas na mão.
Samuel, é francês. "Compreendo, porque senão teríamos muita, muita gente... que entrava só para ver este lugar, sem comprar livros. Compreendo que tenham decidido fazer isto para controlar e reduzir o número de visitantes"
Evelin Valter veio do Brasil, é a segunda vez que visita a Lello. "Se vier em grupo vale a pena, porque sai daqui com um livro comprado. Mas sem pagar seria muito melhor... Acho que isso restringe um pouco a entrada de turistas".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Com uma média de 4 mil visitas diárias, José Manuel Lello diz que os três euros cumpriram o objetivo de controlar as entradas e dar melhores condições a quem aqui vem.
"Aquelas pessoas que não tinham qualquer interesse em livros ou no edifício, que entravam aqui só para tirar uma selfie e que acabavam por perturbar e muito o funcionamento da loja, essas pessoas deixaram de frequentar este espaço".
As entradas são compradas no exterior, em frente à livraria, num espaço vermelho... da criadora Gabriela Gomes, que foi inaugurada no âmbito da Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura.