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"Quando entramos no espaço podemos ver duas grandes fotografias que mostram as equipas de filmagem destes dois filmes", começa por contar Patrícia Severino, diretora do Camões Berlim.
Falta meia hora para a inauguração e a sala ainda está vazia. As paredes compensam, preenchidas com 17 imagens a preto e branco dos incontornáveis "A Canção de Lisboa" o "Gado Bravo."
"O que fizemos aqui, um bocadinho à semelhança da história destes dois filmes, foi separá-los e pô-los em contraste, porque também na rodagem dos filmes houve uma lógica concorrencial", explica a conselheira cultural da Embaixada de Portugal na Alemanha, sublinhando que a exposição, que ganhou o nome das duas longas-metragens portuguesas, pertence à Cinemateca Portuguesa.
Patrícia Severino vai descrevendo as duas imagens que ditam o início do percurso, que se podem ver mal se entra no Centro Cultural Português de Berlim.
"Na fotografia à esquerda vemos os estúdios da Tobis, ainda em obras, ou seja, esta rodagem iniciou-se na Quinta das Conchas, ainda antes das obras estarem completadas. E aqui vemos a equipa de rodagem do Gado Bravo", descreve.
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Ouça a entrevista de Joana Sousa Dias a Patrícia Severino, conselheira cultural da Embaixada de Portugal na Alemanha
"Gado Bravo", correalizado por António Lopes Ribeiro e Max Nosseck, já esteve no Festival de Cinema de Berlim, em 2013, na secção "Retrospetiva", organizada pela Cinemateca Alemã. Esta exposição serve também para dar destaque à participação portuguesa na Berlinale, este ano com oito produções nacionais.
"Em 2017 organizámos também uma exposição sobre cinema paralelamente à Berlinale. E novamente este ano, numa lógica de uma rubrica criada por nós, que se chama "Historias do cinema português", precisamente para podermos pegar em pequenas histórias como esta, que é muito engraçada. É, no fundo, um filme financiado pelo estado, com ambição de público (...) e um filme que é de uma companhia de produção independente", descreve Patrícia Severino.
"A própria revelação das fotografias foi feita a partir do negativo dos filmes, o que se vê nas margens pretas que foram deixadas propositadamente como indício dessa decisão e como memória e desse objeto fílmico", destaca.
"Esta exposição não é só um evento. Queremos que a nossa programação cultural reflita a nossa política e ação cultural externa. Temos estado a trabalhar com entidades alemãs, organizámos já um encontro de produtores de cinema, trabalhámos na renovação do acordo bilateral, e esta exposição vem nesse contexto", sublinha a diretora do Camões Berlim.
A exposição "A Canção de Lisboa e Gado Bravo", que teve inauguração da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, vai poder ser visitada até 29 de março. Já o Festival de Cinema de Berlim, termina a 17 de fevereiro.