O filme "A Fábrica de Nada", de Pedro Pinho, uma ficção que espelha a realidade e que fala da crise económica e da importância do trabalho, estreia-se esta quinta-feira nos cinemas portugueses.
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Trata-se da primeira longa-metragem do realizador Pedro Pinho. O filme foi construído em conjunto com Luísa Homem, Leonor Noivo e Tiago Hespanha, a partir de uma ideia de Jorge Silva Melo e da peça de teatro "A fábrica de nada", de Judith Herzberg.
Pedro Pinho esteve esta quinta-feira no Almoço TSF para apresentar a obra. "É sobretudo um filme de aventuras e, a par, vem uma proposta de reflexão, para levantar poeira sobre o que é o lugar do trabalho nos dias de hoje", revelou o realizador.
O realizador do filme, Pedro Pinho, esteve no Almoço TSF numa conversa com Nuno Domingues
O filme, interpretado por atores e não atores, segue a vida de um grupo de operários que tentam segurar os postos de trabalho, através de uma solução de autogestão coletiva, e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica.
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"Parte de algo que aconteceu muito em Portugal que é o fim de um ciclo de atividade industrial e o encerramento de muitas fábricas que levam ao desemprego e ao desespero dos operários que nelas trabalharam", explicou Pedro Pinho.
O realizador fez a estreia mundial do filme em maio passado, no Festival de Cannes, onde recebeu o prémio da federação dos críticos de cinema.
"Mesmo antes de o filme ter acabado, ouve gente que começou a levantar-se e a aplaudir. Foi assim uma coisa curiosa", relata Pedro Pinho. "A coisa durou sete minutos. Acho que todos nós [equipa do filme] tínhamos vontade de nos enfiarmos num buraco qualquer debaixo da cadeira", brinca.
De acordo com a produtora Terratreme, "A Fábrica de Nada" vai ter estreia comercial em França, Espanha, Reino Unido, Sérvia, Croácia, Bósnia, Kosovo, Suíça, Brasil, Argentina e China.
Tem ainda confirmada exibição em mais de 50 festivais, até ao final do ano, em cidades como Londres, Rio de Janeiro, Busan, Viena, Sevilha, Argentina, México, Chile e República Checa.