Uma peça de teatro baseada em textos de Gonçalo M. Tavares, que é esta sexta-feira reposta em Coimbra, no TAGV - Teatro Académico Gil Vicente.
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"E agora?" é o nome da peça de teatro, que o Trigo Limpo Teatro ACERT, leva à cena, esta noite, no TAGV - Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra. Uma encenação baseada em em textos que Gonçalo M. Tavares escreveu para esta companhia de teatro e que surgiram do projeto "Interiores".
"E agora?", leva a cena a Europa e a realidade do desemprego e da crise. O Teatro ACERT tenta analisar a atualidade, através das palavras de Gonçalo M. Tavares e perceber o que se passa no mundo.
O ponto de partida são quatro personagens, que são cientistas e descobriram a explicação do dinheiro.
Partindo do princípio, diz Pompeu José, o encenador, de que com isso encontraram a solução para a sociedade, mas "acontece a peste do desemprego, e o medo é tanto que os casais separam-se porque, se calhar, aquilo pega-se".
Chega ao ponto em que o desemprego é uma doença e são os países que expulsam os desempregados. "A determinada altura são obrigados a mandar os desempregados embora".
Pompeu José, do Teatro ACERT, refere que estas imagens são o espelho do dia-a-dia da Europa. "Fotografias da nossa realidade, que levam à análise do nosso dia-a-dia".
"E agora?" é a peça de teatro que resulta de textos soltos escritos por Gonçalo M. Tavares para o Teatro ACERT. Gonçalo M. Tavares escreveu o que lhe apeteceu, sem regras de teatro ou de ideias. "Os cansados, os animais, os suicidas são um conjunto de textos, que são uma espécie de vómito, de poesia cruel, uma realidade crua".
Onde a imagem da realidade leva à pergunta final: E agora?
A entrevista foi gravada no dia da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América. O teatro ACERT questiona. "E agora?"
A companhia de Teatro "Trigo Limpo - Teatro ACERT" assinala, ao longo deste ano, 40 anos de trabalho. Está sediada em Tondela, no distrito de Viseu, e repõe esta noite "E agora?", no TAGV, em Coimbra.
Pompeu José afirma que o projeto se alimenta de um "reacordar" constante para a realidade, no meio do caos, da cultura, como a música ou o teatro, não são adornos da sociedade, mas sim necessidades intrínsecas do ser humano. A ACERT tem isso presente, e por isso pretende "reacender todos os dias a chama".
"E agora?" estreou em dezembro de 2015, e é agora reposta, quase um ano depois, em Coimbra.