"Bixiga sempre se posicionou politicamente e agora, numa época tão absurda da política do Brasil, e estando tanto tempo fora, a gente sente que uma das grandes funções de ter o microfone aberto num palco como Portugal, Espanha, Dinamarca, Inglaterra ou França, é realmente mostrar o que está acontecendo lá", defende Marcelo Autuori, baixista de Bixiga 70.
A repórter Isabel Meira à conversa com Bixiga 70
O grupo formado em 2010 no Bixiga, um dos bairros mais multiculturais de São Paulo, fala em "catástrofe" para definir o contexto político brasileiro: "É um golpe de Estado", resume Marcelo, "a gente tem no mínimo que falar disso em todos os nossos concertos".
Falar e fazer sentir. "A preocupação maior da banda é comunicar esse aspeto com a música, não só pela fala. Despertar a sensação. Fazer o povo dançar e celebrar, ser feliz", afirma Gustavo Cecci Silva. O percussionista enfatiza a importância da festa na formação da consciência política: "para que não fique uma mensagem de alienação, de uma festa besta". Fazer dançar e fazer pensar: "partindo do físico, de uma liberdade de movimentos corporais vocês pode atingir uma liberdade de pensamento e com isso um posicionamento político mais humano", defende Gustavo.
O grupo que reúne dez músicos com percursos na pop experimental, jazz e MPB, esteve no fim-de-semana passado no Festival Milhões de Festa, em Barcelos, um dos palcos da "Copan Connection Tour", a tournée que começou em junho, no Brasil e que vai terminar em setembro.
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