Aida Suárez chega sorridente com as chaves na mãe. Vem entusiasmada para mostrar o seu mais recente projeto. "Estamos na Confraria Vermelha", afirma. Aida explica que escolheu o nome porque as confrarias há muito deixaram de ser "terreno" masculino. vermelho porque é a "cor do sangue que nos corre nas veias e é a cor da vida".
A repórter Sónia Santos Silva visitou a "Confraria Vermelha"
Nos armários da livraia, situada na Rua dos Bragas, no Porto, há todo o tipo de autores e temas, desde romance, arte, sexualidade, erotismo, gastronomia e alimentação.
Aida Suárez concretiza assim um sonho antigo, num recanto branco imaculado, forrado no chão, com tábuas de madeira. Porquê uma livraria feminina? "Porque não?", atira Aida. A proprietária considera que as autoras são pouco destacadas nas livrarias generalistas e convencionais, mas aqui têm todo o espaço para elas.
Aida Suárez é feminista assumida, no entanto avisa que a livraria por si criada é para todos os géneros. Homem pode e deve entrar, porque "aqui haverá espaços e dinâmicas para todo o tipo de pessoas".
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A Confraria Vermelha começou por uma recolha de fundos, que ficou aquém do esperado. Aida Suárez ainda pensou desistir, mas não a deixaram. "Quando faltavam 48 horas para acabar a recolha, eu recebi imensos emails de pessoas que não conhecia a dizer que esta livraia tinha de existir e tinha de ser uma realidade", recorda.
Objetivo cumprido. Aida está confiante que o futuro vai dar-lhe razão e mostrar que este é um investimento para a vida. Até lá elege qualquer música de Nina Simone como banda sonora do seu sonho.