A edição de 2018 do guia, que será apresentada na próxima segunda-feira, não vai trazer qualquer referência ao restaurante Le Suquet à Laguiole, no sudoeste de França, afirmou Claire Dorland-Clauzel, membro do comité executivo do grupo Michelin, para quem este caso é "uma estreia".
"Parecia-nos difícil estar no guia um restaurante que indicou claramente não querer ser incluído", explicou.
Sebastien Bras "indicou que esta era uma decisão familiar, longamente amadurecida. Ele disse estar a entrar numa nova etapa da sua vida. [O grupo Michelin] respeita uma decisão familiar", acrescentou.
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Bras, de 46 anos, há dez anos à frente daquele restaurante familiar com três estrelas desde 1999, manifestou a vontade de deixar de estar no guia Michelin, devido à "grande pressão" criada pela distinção.
"É a primeira vez que temos um pedido público deste tipo. Já tivemos encerramentos de restaurantes, chefs que decidiram fazer outra coisa, mudar de conceito", disse Claire Dorland-Clauzel, referindo outros dois casos em França, um que ficou com menos uma estrela e outro que fechou o negócio. "Há muito mais pessoas a querer fazer parte do guia do que o contrário", garantiu.

© DR/BRAS Officiel
Muitos chefs consideram que integrar o guia Michelin é "um reconhecimento, uma honra, um incentivo enorme para o estabelecimento em notoriedade e em volume de negócios", acrescentou.
Quanto à pressão evocada por Sebastien Bras, Claire Dorland-Clauzel considerou tratar-se de um sentimento "muito pessoal". "Para alguns chefs é, ao contrário, uma motivação. A pressão está ligada à excelência. É verdade que é uma profissão difícil. Todos os dias os clientes são juízes do prato", afirmou.