Numa Europa coberta de neve, é da Noruega que nos chega, sem surpresas, o som mais surpreendente: o do gelo.
Terje Isungset constrói os instrumentos a partir de blocos de gelo para produzir sons únicos. "Para mim, soa surpreendentemente, gentil e quente, se conseguir encontrar um bom gelo, claro", explicou à TSF por telefone, acrescentando que "há frequências realmente baixas, e tons gentis mas há também sons primitivos, como se viessem dos buracos".
A jornalista Sara de Melo Rocha conversou com o músico norueguês.
O norueguês atua em palcos de todos o mundo com instrumentos que são construídos no local com moto serras e picaretas. Para um bom concerto, o músico explica que é preciso gelo de qualidade. "Para mim o gelo tem de ter uma ressonância sólida", referiu Terje Isungset.
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"Uma boa coisa é que podemos comprar gelo artificial em qualquer cidade do mundo, mas o gelo artificial não vai ter qualquer som. Isto é uma certeza, eu próprio fiz a experiência na Austrália, na América e na Europa... e é sempre igual. No entanto, o som natural do gelo por vezes soa fantástico, outras vezes nem por isso."
A beleza do frio acompanha Terje Isungset desde sempre. Nascido na Noruega há 53 anos, o artista considera o inverno "fantástico", a melhor altura do ano.
Formado em música escandinava e jazz, o músico norueguês usa o gelo para passar também uma mensagem ambiental ao "tocar instrumentos construídos com gelo de glaciares derretidos."
Terje Isungset começou agora temporada de concertos. Depois de quebrar o gelo na Rússia, continua com concertos por toda a Europa. O próximo é em Munique, na Alemanha na sexta-feira.