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Há no futebol de elite dos últimos 20 anos uma marca de Pep Guardiola e, por consequência, também de um dos treinadores que mais influenciou o atual técnico do Manchester City. Entre 2019 e 2022, Guardiola teve Juan Manuel "Juanma" Lillo como adjunto em Inglaterra. Lillo trabalha agora no Al Sadd, numa equipa técnica com portugueses e onde está Pedro Pereira.
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"Tem sido um grande desafio", começa por explicar ao telefone com a TSF o técnico de guarda-redes. "Estivemos privados de 15 jogadores da seleção que estavam já concentrados com a equipa nacional [do Catar]. Nessa primeira metade da temporada não conseguimos fazer muitos pontos. Isso acabou por condicionar o nosso objetivo principal que era a conquista do campeonato", aponta.
Ouça aqui a entrevista com Pedro Pereira.
Com possibilidade de conquistar ainda a Taça do Rei e a Supertaça local, o trabalho diário na equipa técnica de Juanma Lillo tem sido uma experiência enriquecedora, aponta Pedro Pereira: "Juanma é um treinador que tem a capacidade de despertar em nós a necessidade de olhar para o fenómeno e refletir sobre ele no sentido de percebermos o sentido das coisas, e não fazermos algo avulso."
O técnico espanhol exige aos membros da equipa técnica capacidade de reinvenção constante. "Exige sempre de nós capacidade de reflexão acima da média sobre aquilo que fazemos, daquilo a que damos prioridade quando falamos da construção do treino, daquilo que dizemos e fazemos." Cada exercício, medido à luz do contexto, é diferente do que tanto Lillo como Pedro Pereira estavam habituados no futebol europeu.
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"O jogador árabe tem uma cultura diferente e uma forma de estar no treino diferente daquilo a que estamos habituados na Europa. Tem-me obrigado a adaptar um pouco a forma de trabalhar. Estou com dois daqueles que são dos melhores guarda-redes cataris, Saad Al-Sheeb (33 anos) , Meshaal Barsham (25 anos)", aponta o técnico de guarda-redes português.
"Em termos conceptuais metodológicos, Juanma Lillo é uma pessoa especia, na minha opinião é bastante competente e acima da média. Isso exige de mim que seja capaz de ouvir, aprender, mas também de ir refletindo sobre aquilo que era, para mim, uma certeza, um dado adquirido. Não considero que tenha mudado muito a forma como trabalhava. Mas posso dizer que tenho refletido mais sobre aquilo que faço", aponta o treinador que, em Portugal, trabalhou, entre outros, com guarda-redes como Diogo Costa ou Claúdio Ramos.