Shaunae Miller não queria perder e decidiu mergulhar para ser mais rápida a cortar a meta. Braz da Silva surpreendeu todos no salto com vara e conquistou a segunda medalha de ouro para o Brasil.
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A velocista das Bahamas, Shaunae Miller, conseguiu o triunfo nos 400 metros do Rio2016 de uma forma invulgar, totalmente em queda na passagem da meta, face a uma reação fantástica da norte-americana Allyson Felix.
Claramente exausta e a ver o título a escapar, Miller atirou-se para a frente e 'mergulhou' sobre a meta, segurando a vantagem por escassos sete centésimos de segundo sobre Felix - 49,44 segundos (melhor marca do ano) e 49,51.
Shaunae Miller chegou ao Rio de Janeiro com o melhor tempo de 2016 e com o estatuto de vice-campeã do mundo, no ano passado, atrás de Felix. O pódio acabou por ser composto pelas mesmas atletas dos Mundiais de 2015, já que o bronze foi para a jamaicana Shericka Jackson, com 49,85 segundos.
Braz da Silva 'baralha' as contas e dá ouro ao Brasil no salto com vara
O estádio olímpico do Rio de Janeiro festejou na segunda-feira, em fim do programa da sessão de atletismo, o inesperado triunfo do brasileiro Thiago Braz da Silva, que conseguiu derrotar o francês Renaud Lavillenie, recordista mundial e campeão há quatro anos.
Mesmo com chuva na jornada, as grandes marcas sucedem-se no Rio2016 e Braz da Silva tornou-se o novo 'herói' do desporto brasileiro com um fabuloso concurso em que bateu por duas vezes o recorde da América do Sul, que elevou até aos 6,03 metros, que lhe valeu o recorde olímpico.
Não estava na primeira linha de favoritos mas foi o melhor nos momentos decisivos, ganhando a batalha psicológica de mandar subir a fasquia e prescindir de saltos, face a um adversário que até aos 5,98 metros tinha um percurso limpo.
Com este sucesso, Braz da Silva torna-se o 15.º atleta a passar os 6,00 metros e entra diretamente para sexto melhor de todos os tempos.
Antigo campeão mundial de juniores, Braz da Silva, de 22 anos, ainda não tinha um grande resultado como sénior e acabou por baralhar todas as previsões, dando ao Brasil o título na vara quando isso era esperado mas no setor feminino, com Fabiana Murer.
Lavillenie parecia em rota para defender o título: entrou só a 5,75 e limpou por quatro vezes, até 5,98.
Com uma réplica que não costuma ter, falhou por pouco por duas vezes a 6,03 e depois, em desespero de causa, mandou a fasquia para 6,08, uma marca que só ele próprio e o ucraniano Sergey Bubka já passaram. Acabou por falhar e teve de contentar-se com a medalha de prata.
Numa final muito interessante, com cinco atletas acima dos 5,75, o norte-americano Sam Kendricks ficou com a medalha de bronze, com 5,85.
David Rudisha conserva o título olímpico nos 800 metros
O queniano David Rudisha conservou o título olímpico dos 800 metros, ganhando a final da prova do Rio20016 com a marca de 1.42,15, melhor marca mundial do ano.
A corrida, disputada no estádio olímpico do Rio de Janeiro, foi afetada pelas chuvadas que caíram antes e que deixaram o tartã longe das condições ideais, mas tanto Rudisha como os medalhados de prata e bronze acabaram por fazer grandes marcas e ocupam agora o 'top' do ano naquela distância.
Taoufik Makhloufi melhorou o recorde da Argélia para 1.42,61 e o norte-americano Clayton Murphy fez recorde pessoal, com 1.42,93 - uma medalha de bronze com sabor especial, já que a anterior dos EUA, também do mesmo metal, de Johnny Gray, era de 1992.
A prova foi liderada a meio pelo queniano Alfred Kipketer, que chegou a estar com avanço de uma dezena de metros mas acabou por cair para sexto, quando Rudisha fez um contra-ataque a que ninguém conseguiu responder bem.