Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, com a tutela do Desporto, diz, em entrevista à TSF e ao DN, que houve "contactos não institucionais" e que foi acompanhando com cuidado todo o processo.
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O problema está na forma como a FIFA encara o futebol olímpico. O ministro da Educação, que tem a tutela do Desporto, é perentório e vai direto à que considera ser a questão central: ao não considerar os Jogos do Rio como uma "data FIFA" o organismo internacional de futebol condicionou, muito, o torneio masculino, criando muitas dificuldades na escolha aos selecionadores. É por isso que Tiago Brandão Rodrigues elogia o treinador da equipa olímpica nacional, Rui Jorge, e revela, numa entrevista à TSF e ao DN, que o Governo acompanhou a situação e procurou assegurar uma representação portuguesa "ao mais alto nível."
"Admiro muito a posição de Rui Jorge e a forma como, eu diria com muita estoicidade e com muita sobriedade, o treinador da seleção olímpica encarou todo este processo. O não compromisso por parte da FIFA relativamente aos jogos olímpicos deve preocupar-nos a todos. A FIFA tem de entender, de uma vez por todas, o que quer do futebol olímpico. Obviamente não podemos ter uma intervenção ativa, por isso todas as declarações que fizemos era no sentido de 'queremos, esperamos que todas as condições estejam em cima da mesa para que efetivamente a seleção olímpica de futebol possa ver-se representada ao mais alto nível'".
Medalhas? Temos legitimidade para sonhar
Em mais de meia hora de entrevista, que pode ouvir na íntegra depois das notícias das 11h desta sexta-feira, o ministro que tutela o Desporto, e olhando para o todo, e não apenas para o futebol, salienta que os Jogos são "momento de superação" e que os atletas portugueses têm muita qualidade. Por isso Tiago Brandão Rodrigues não esconde o otimismo numa participação muito positiva no Rio, lembrando o objetivo que foi assumido no papel com os atletas de nível 1 (o mais elevado), que são 11: conquistar duas medalhas.
"O Programa Olímpico tem objetivos, que estão contratualizados, e que prevê um objetivo claro: obtenção de medalhas. Temos condições para sonhar, reais e lúcidas expectativas de conseguir chegar longe, incluindo essas duas medalhas."
Confrontado com o valor das bolsas que os atletas do nível mais elevado recebem de bolsa, cerca de 1300 euros por mês, o ministro da Educação assume que é preciso rever esse valor e, não se comprometendo com valores, assume o compromisso de melhorar as bolsas, mas também, e sobretudo, as condições (quer de treino quer de formação) para os atletas olímpicos.
Tiago Brandão Rodrigues, que se confessa um apaixonado pelos Jogos, esteve em Londres, em 2012, como Adido Olímpico, vivendo por dentro a competição. Dessa experiência lembra o prazer de conhecer "ídolos portugueses como a Telma Monteiro ou um jovem, de quem já tinha ouvido falar, chamado Fernando Pimenta", e da conversa que teve com o jogador de basquetebol espanhol Pau Gasol. "Foi fantástico poder estar com o Pau Gasol, a falar com ele, à hora de almoço, como se nada fosse."