Em 1988, o capitão do Benfica viveu um momento dramático ao permitir, no desempate por grandes penalidades, que o guarda- redes do PSV defendesse, ficando o troféu para a equipa holandesa.
Em entrevista à TSF, Hans Van Breukelen, antigo guarda-redes, do PSV, lamenta o que aconteceu a Veloso, num gesto de simpatia para com o ex-capitão do Benfica. O guarda-redes, de 54 anos, diz ainda que não alimenta grandes esperanças numa reviravolta do PSV no jogo, desta quinta-feira, frente ao Benfica, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa.
«Não tenho grande esperança.Tenho visto o PSV e, para ser honesto, raramente fiquei impressionado. Temos dificuldade em marcar golos. Por isso, esta noite pode ser muito difícil para o PSV, caso o Benfica jogue da mesma forma do que a semana passada».
Ouvido pela TSF, António Veloso considera que só apenas se o Benfica «adormecer em campo», poderá haver uma reviravolta. «Não estou a vê-los [PSV] a dar volta ao resultado», disse.
Para Van Breukelen, o resultado (4-1) da primeira mão no estádio da Luz podia ter sido mais dilatado: «Lamento dizer, mas o PSV tem uma das equipas mais fracas desde 85. O Benfica jogou bem contra o PSV na primeira mão e podia ter goleado por 6 ou 7.»
António Veloso responde na mesma moeda: «Se os jogadores estivessem num dia melhor, o Benfica podia ter feito uma goleada maior».
Van Breukelen elogia os laterais do Benfica Maxi Pereira e Fábio Coentrão. Eles foram decisivos no primeiro jogo. «Os laterais sobem muito no terreno e é algo que me agrada nos jogadores mais defensivos que acompanham o ataque da equipa como eles fizeram. Mostraram ambição por vencer e a atitude certa», afirma.
Van Breukelen salienta o crescimento do futebol português e acrescenta que não está surpreendido em relação ao futebol luso. Justifica que nos «últimos cinco a dez anos as equipas holandesas não tiveram sucesso com as equipas portuguesas».
Recordando a final da Taça dos Campeões de 88, onde o penalty que Veloso não marcou deu o troféu a uma forte equipa holandesa, Van Breukelen lembra:
«Foi um dos momentos mais saborosos da minha carreira de futebolista e como guarda-redes senti que ganhei um jogo. Foi óptimo para o PSV. Fizemos história em Estugarda e, claro, lamento pelo Veloso. Mas no futebol é mesmo assim», conclui.