Com dez equipas em prova, na primeira categoria, esta modalidade desportiva, destinada a invisuais ou pessoas de baixa visão, está sob a alçada da Federação Portuguesa de Desportos para pessoas com deficiência.
O jornalista Miguel Midões foi conhecer o goalball
Jogam todos contra todos até uma fase final, uma final four para apurar o campeão nacional e a descida de divisão para a próxima época.
Os atletas da modalidade estão concentrados em Lisboa e no Porto, bem como a grande maioria dos clubes. Por isso mesmo, para divulgar a modalidade e incentivar o aparecimento de clubes noutros pontos do país, a Federação decidiu realizar uma das etapas no centro.
As equipas entram em campo. A bola rola num campo de volei, com nove metros de largura e 18 de comprimento. No goalball, a baliza ocupa toda a linha de fundo e as equipas são compostas por três elementos, onde "todos atacam e todos defendem". A regra principal impõe que a bola tenha de tocar, pelo menos, duas vezes no solo, para que o atleta a possa ouvir, esclarece Nuno Antunes, jogador do Sporting e membro da ANDDVIS - A Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais -, mas também para proteger os jogadores. Caso contrário, "punha a integridade física dos atletas em causa, porque é uma bola pesada e rija", afirma.
No escalão máximo existem dez equipas em todo o país e jogam em jornadas duplas para economizar custos. "Encontram-se todas as equipas e numa jornada, cada equipa faz dois jogos. Todas as equipas jogam contra todas duas vezes".
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Coimbra foi escolhida para a segunda etapa, por ser central, mas também para dar a conhecer a modalidade. "Sabemos que há gente a jogar fora destes grandes centros e queremos criar condições para que todos possam praticar". Em Portugal, o goalball concentra-se, sobretudo, nas duas principais áreas metropolitanas. Uma tendência que a Federação Portuguesa de Desportos para pessoas com deficiência quer inverter, garante Mário Lopes, o presidente.
"Historicamente, temos o Boavista Futebol Clube, que foi o primeiro, mas depois juntou-se o Clube Atlético da Pontinha, o Castêlo da Maia, mais conhecido pelo vólei, e o Sporting, que muito nos apraz ter entre nós", conta.
O campeonato de Goalball é organizado pela Associação Nacional de Desportos para Deficientes Visuais, por delegação da FPDD. Apesar da chegada de clubes desportivos a esta realidade, "que já vem de trás e é muito benéfica", a FPDD considera fundamental que não se esqueça o trabalho de associações neste setor, como a ACAPO, a UCAS e o CCD, "que deve igualmente continuar a ser estimulado".
O goalball tem a particularidade de poder ser jogado também por pessoas que não tenham deficiência visual, basta para isso que o atleta seja vendado, e que seja garantido pelo árbitro que não entra qualquer réstia de luz.
Contudo, dos três jogadores de cada equipa, dois têm de ser invisuais ou com baixa visão. Uma regra que até já caiu em alguns países, e, em Portugal, pode vir a seguir-se a mesma tendência de jogo.