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O Benfica entrou no jogo pressionado para não deixar o Porto festejar sem jogar. E apesar de nos primeiros minutos a superioridade territorial ter sido imensa, e ter culminado numa primeira situação de golo em que Gabriel descobre Pizzi, que se encontrava em fora de jogo, foi o Vitória a dar os primeiros sinais de forma continuada, umas vezes em contra-ataque, outras em ataque posicional de que queria vencer o jogo.
A equipa do Benfica teve facilidade em chegar ao último terço, ainda que sem capacidade para desmontar a organização defensiva vitoriana que variava entre o 1x5x4x1 quando Agu acompanhava os movimentos de profundidade de Chiquinho, e o 1x6x3x1 quando os Edwards e Ola John acompanhavam a subida de Nuno Tavares e André Almeida, e os três médios do Vitória tentavam garantir o corredor central.

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Defensivamente a equipa, agora, de Nélson Veríssimo sentiu muita dificuldade para travar o ímpeto ofensivo do Vitória, e a turma do berço marchava de forma contundente para a baliza encarnada. Houve muitas faltas por parte dos encarnados, e ainda assim, demasiada permissividade nos remates dentro da área onde Vlachodimos e a falta de qualidade na finalização foram fundamentais.
A saída de Weigl, durante a primeira parte, mudou o ímpeto do jogo. O Vitória ficou paralisado naquele momento, e o resultado da apatia foi o golo de Chiquinho um par de minutos depois. Mais uma vez, sem grande arte. Lance de insistência de Cervi que executa mal à primeira mas fica com o ressalto, coloca em Nuno Tavares que cruza bem, mas como tem sido habitual para o sítio errado, Vinícius tenta conseguir, sem êxito, corrigir a dominar a bola que foi endereçada para as suas costas, e é o toque subtil que lhe dá que muda a trajetória para que Chiquinho finalize com qualidade, e surpreenda os defesas do Vitória, retirando-lhes reacção.
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Depois do golo, foram poucas as situações de perigo do Vitória, e Florentino acabou por ter sido fundamental para a melhoria do rendimento defensivo encarnado. Claro que a ida para os balneários, o resultado ao intervalo, e ajuste que os treinadores fizeram mudaram completamente a toada do jogo. E o estado emocional dos jogadores de ambas equipas acabou por se modificar; quem ganhava estava bem mais confortável a tentar gerir o jogo, e quem perdia sem critério nem criatividade no corredor central para definir melhor os lances de ataque. Nesta fase, Chiquinho aparecia em evidência nas combinações, e na definição dos lances de ataque.
Num momento em que tanto Edwards como Ola John pouco tocavam na bola, aparece um Seferovic muito bem no jogo, com um apontamento fantástico quando tenta o chapéu à Douglas. O golo deu-lhe confiança num momento em que o rigor defensivo era pouco, e a equipa defendia a baliza com poucos, e isso ficou bem evidente no toque de criatividade dentro da área, onde apertado por dois defesas consegue isolar Jota com uma execução de classe.
Nota individual: Mark Edwards. Está pronto para jogar a um nível de exigência maior do que aquele que o Vitória lhe dá. Tem qualidade para jogar numa equipa que lute pelo título, ou num campeonato mais cotado do que o português.
Nota Leia colectiva: Florentino. Permitiu ao Benfica um maior controlo sobre os momentos defensivos, subir o bloco, pressionar mais alto, e condicionar melhor a saída de bola do Vitória. A sua entrada permitiu fazer ao Vitória aquilo que normalmente Ivo Viera faz aos seus adversários.
*Comentador TSF