João Mário não bateu no peito, mas chegou e sobrou para arrancar o pós-Enzo. Benfica vence Casa Pia

Veja os golos. Águias jogaram pela primeira vez na Luz depois da venda do argentino Enzo Fernández ao Chelsea por 121 milhões de euros e, com Chiquinho no meio-campo e João Mário a bisar, venceram por 3-0.

O recado que Rui Costa deixou a Enzo Fernández a meio da semana foi claro: para estar no Benfica, não basta bater com a mão no peito quando interessa. Não basta parecer, é preciso querer e mostrar compromisso. João Mário, que até fez praticamente toda a formação no Sporting, eterno rival dos encarnados, não bate com a mão no peito, mas os cinco golos que já leva nos últimos três jogos são sinal que alguém que quer, e muito, ser figura maior da época.

Com dois golos em oito minutos, o médio português comprometeu-se com a equipa e garantiu, tal como Bah, uma vitória por 3-0 sobre o Casa Pia que leva os encarnados a somar e seguir no campeonato: lideram com 53 pontos, mais 11 do que o FC Porto, que só joga este domingo e, ainda assim, terá um jogo a menos do que as águias.

Esta tarde, foi Chiquinho quem surgiu a assumir o lugar deixado vago por Enzo Fernández, algo que já tinha acontecido a meio da semana, na visita encarnada a Arouca. De resto, Schmidt repetiu o onze.

Ainda antes do apito inicial, houve tempo, pompa e circunstância para uma homenagem a André Almeida, que esta semana deixou o Benfica ao fim de 12 anos.

No relvado, emocionado e rodeado dos 12 troféus que venceu, o antigo "34" agradeceu o aplauso em pé que a Luz lhe ofereceu, cumprimentando um a um os jogadores do Benfica e, por fim, o presidente do clube, Rui Costa. Já sem contrato, foi esta noite uma espécie de 12.º jogador, até com direito a fotografia.

Com um início de jogo algo desorganizado na Luz, o Casa Pia permitiu, em apenas sete minutos, três remates à baliza de Ricardo Batista. Mesmo sem terem criado demasiado perigo, eram sinal de que o Benfica não demorou a encontrar o caminho para a baliza, com Chiquinho a baixar muito no terreno para pegar no jogo, Grimaldo a subir pela ala e Aursnes a ocupar o espaço entre ambos.

E quando os gansos pareciam finalmente estabilizar, o Benfica voltou a encontrar o caminho, mas pelo outro lado. Bah subiu, combinou com João Mário e o dinamarquês cruzou mesmo para a boca da baliza, onde primeiro Ricardo Batista negou Guedes e depois um defesa resolveu para onde estava virado.

Quase só aos 30 minutos de jogo é que o Casa Pia conseguiu responder na mesma moeda. O jogo passou por Taira e foi para ao corredor esquerdo, de onde saiu um cruzamento de Romário Baró mesmo para o coração da grande área do Benfica. Rafael Martins andava por lá, mas não conseguiu chegar à bola.

E se o Benfica tinha começado por tentar chegar ao golo pela esquerda e depois experimentou a direita, foi feliz quando voltou à solução inicial. Grimaldo lançou David Neres, que perseguiu a bola até à linha final e, quando lá chegou, apenas cruzou atrasado para a marca do penálti. João Mário surgiu lá e atirou rasteiro para o 1-0.

Apanharam-lhe o gosto tanto o Benfica como João Mário. O médio chegou ao bis numa jogada parecida com a do primeiro golo: desta vez Grimaldo não lançou, mas foi lançado por Chiquinho, e também cruzou a partir da linha de fundo, mas para o segundo poste. Foi lá que João Mário surgiu para o 2-0, mesmo em cima do intervalo, valendo-lhe o segundo bis em dois jogos e o quinto golo em três.

Filipe Martins foi ao banco procurar respostas para a segunda parte. As primeiras apostas foram em Clayton e Soma, que lançou para os lugares de Cuca e Rafael Martins. E só esperou dez minutos para voltar a mexer, quando abdicou de Taira para lançar o reforço de inverno Beni.

Sem grandes melhorias no jogo do Casa Pia, Godwin foi a peça seguinte a ser sacrificada. O nigeriano passou muito ao lado do jogo e acabou por dar o lugar a Kunimoto, jogador menos vertical e mais de meio-campo.

Já no Benfica, tudo muito igual ao que se viu na primeira parte. Ora Chiquinho pegava na bola para distribuir aos laterais, ora se via uma variação de flanco que acabava com um passe a entrar na grande área. Mas, e se um dos alas do Benfica de repente fosse ao centro? Quando aconteceu, deu golo.

Corria o minuto 70 e Alexander Bah subia no terreno sem grande oposição. À medida que se aproximava da grande área foi procurando o corredor central e, quando chegou à entrada da grande área, encheu-se de fé: puxou o pé esquerdo atrás, rematou colocado e celebrou o 3-0.

Conseguida tamanha vantagem, Schmidt começou a mexer: Draxler e Musa para os lugares de Neres e Guedes. Filipe Martins respondeu com uma última cartada, lançando o muito experiente Vasco Fernandes para o lugar de Zolotic.

Sem outras grandes oportunidades de golo na Luz, João Mário ainda saiu para a ovação da noite acompanhado por Bah. Entraram Gilberto e João Neves, que deve agora ganhar cada vez mais minutos até ao final da época.

Onze do Benfica: Vlachodimos, Bah, António Silva, Otamendi, Grimaldo, Florentino, Chiquinho, João Mário, Aursnes, Neres e Guedes

Onze do Casa Pia: Ricardo Batista, João Nunes, Fernando Varela, Zolotic, Lucas Soares, Cuca, Taira, Romário, Derick Poloni, Godwin e Rafael Martins

O jogo foi arbitrado por André Narciso, assistido por André Campos e Francisco Pereira. No VAR esteve Gustavo Correia.

Suplentes do Benfica: Samuel Soares, Gilberto, Lucas Veríssimo, Ristic, Rafa, Musa, João Neves, Morato e Draxler

Suplentes do Casa Pia: João Victor, Léo Bolgado, Neto, Diogo Pinto, Vasco Fernandes, Kunimoto, Soma, Beni e Clayton

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