- Comentar
Estes são os Jogos Olímpicos da ansiedade. Para Emanuel Silva, o período de tempo em que ficou impedido de treinar, durante a pandemia, colocou em casa o estilo de vida que gosta de levar, criou dúvidas sobre os objetivos estabelecidos, sobre a meta que traçou para Tóquio.
"O adiamento dos jogos foi como um tiro na cabeça, bem certeiro (...) estava num ritmo alucinante, o barco estava a rolar muito bem. De um momento para o outro, os jogos foram adiados, todas as provas do semestre foram adiadas (...) olhei para mim e pensei: fogo, agora que vou fazer? Vivo da adrenalina, da competição", recorda Emanuel Silva.
Aos 35 anos, prepara a quinta presença olímpica em Montemor-o-Velho. Emanuel Silva afina a estratégia e o ritmo com os companheiros de caiaque. Desta vez, João Ribeiro, David Varela e Messias Baptista. "Hoje sinto que consigo passar uma mensagem positiva à equipa. Acredito que a minha experiência, a minha longevidade, são um fator importante para a equipa".
Ouça, na íntegra, a entrevista da TSF com o canoísta Emanuel Silva
Se Emanuel Silva estreou aos 17 anos, Tóquio representa para ele a quinta presença nos Jogos Olímpicos. Vai tornar-se o canoísta com maior número de presenças por Portugal, quem sabe se pode um dia quebrar a marca de João Rodrigues na vela - sete presenças entre 1992 e 2012. "Não sei se o corpo chega lá", explica Emanuel Silva.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Recuperado de um problema renal que o obrigou a parar antes dos europeus de Poznan, na Polónia, Emanuel Silva sonha com o ouro. "A concorrência é alta, andamos todos à procura do mesmo, das medalhas. Mas a mensagem que passo sempre aos meus colegas de competição é que é possível. Não podemos pensar de outra forma. É possível conquistar uma medalha. Para manter este estilo de vida, esta ambição, tenho de pensar que quero conquistar uma medalha olímpica (...) só assim consigo ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia".