O presidente da FIFA denunciou, na sexta-feira, a existência de «ingerência política» no futebol egípcio que terá estado na origem dos confrontos entre adeptos do Al-Ahly e do Al-Masry, em Port Said, que resultaram na morte de 74 pessoas.
«Não a podemos aceitar. O futebol é para as pessoas, para a juventude, para dar emoção e esperança. Nunca aceitaremos que seja usado com fins políticos», acrescentou Sepp Blatter, na abertura do Congresso Extraordinário da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), em Assunção, no Paraguai.
Blatter não esclareceu, contudo, se será tomada alguma medida contra a federação egípcia, isto depois de a FIFA já ter suspenso diversas federações por serem permeáveis à influência do poder político.
Este sábado, mais de cem manifestantes, a maioria dos quais adeptos do Al-Ahly, equipa treinada pelo português Manuel José, entraram em confrontos com as forças de segurança egípcias no centro do Cairo, junto ao Ministério do Interior.
Depois de uma noite de distúrbios e de uma breve trégua durante a madrugada, a polícia lançou gás lacrimogéneo contra estes manifestantes na altura em que gritavam slogans contra as autoridades egípcias.