O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, propôs a criação de uma autoridade administrativa para combater a violência no desporto e a adoção de punições mais duras para quem ponha em causa o futebol.
Numa audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, esta quarta-feira, na Assembleia da República, o líder federativo expôs preocupação quanto à escalada do clima de ódio no futebol português, enfatizando a relação com a arbitragem, o comportamento dos adeptos e a ética entre dirigentes.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol acredita que "é mais difícil ser campeão europeu" do que combater a violência no futebol português
As propostas da FPF
Fernando Gomes quer ver quatro mudanças principais no futebol português:
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- A criação de uma autoridade "exclusivamente vocacionada para a segurança e combate à violência no desporto", que seja "dotada de recursos e não apenas de competências";
- Uma maior eficácia na "interdição de acesso a recintos desportivos";
- Uma melhor "política de apoios e regulação" das claques;
- A avaliação de uma "retirada de benefícios aos promotores na comparticipação dos encargos com policiamento".
O diagnóstico de Fernando Gomes mereceu a concordância unânime dos diferentes partidos representados no parlamento, embora quase todos tenham questionado o dirigente se o atual quadro regulamentar e disciplinar tem falta de recursos para aplicar os instrumentos disponíveis na FPF.
Sobre essa matéria, o presidente do organismo máximo do futebol nacional reconheceu que a capacidade de intervenção da FPF é reduzida: "É só para ratificar ou não ratificar o que é aprovado na Liga. Estamos disponíveis para ajudar no sentido de criar um quadro sancionatório mais dissuasor".
O líder da Federação garantiu ainda que vai "aumentar a exigência em relação aos dirigentes", com a imposição de um "curso de formação" para todos os que se sentarem no banco em competições nacionais.
O presidente da FPF deixou também a porta aberta a eventuais alterações à Lei de Bases e ao Regime Jurídico das Federações Desportivas, a fim de promover a "civilidade, convívio e 'fair-play'", reiterando a disponibilidade para colaborar com todos os agentes envolvidos no desporto.