Grupo de trabalho propõe redução da I Liga para 16 equipas em 2022/23

Regresso das meias-finais da Taça de Portugal a um formato de jogo único disputado em campo neutro está também em cima da mesa.

Reduzir o número de equipa na Primeira Liga portuguesa de 18 para 16 a partir da temporada 2022/2023 é uma das propostas apresentadas pelos grupos de trabalho formados pela Liga, nos últimos meses, para preparar uma reforma do futebol profissional em Portugal.

Em comunicado, a entidade presidida por Pedro Proença informa que o grupo de trabalho das competições estima que essa medida possa evitar "uma sobrecarga do calendário desportivo, tendo em conta a proximidade do Mundial2022, permitindo a preparação do novo ciclo da UEFA 2024-2027".

À TSF, a diretora executiva da Liga, Sónia Carneiro, explicou que o Mundial vai obrigar a uma paragem de "quase 40 dias, entre novembro e dezembro, das competições nacionais".

A preparação do "novo ciclo da UEFA, de 2024 a 2027" - que deve ser aprovado a 19 de abril, é também um fator de peso, uma vez que "tudo indica que tomará pelo menos mais quatro datas das competições domésticas".

Novo play-off

Em estudo está também a proposta de criação de um play-off a uma só mão entre o terceiro e quarto classificados da Segunda Liga, em casa do terceiro colocado. O vencedor deste jogo disputaria, de seguida, o acesso à Primeira Liga com o 16.º posicionado do principal escalão, num formato extensível à recém-criada Liga 3, que arrancará a partir da próxima época.

Taça de Portugal

Nas conclusões do grupo de trabalho das competições consta ainda a hipótese de as meias-finais da Taça de Portugal, sob alçada da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), regressarem ao formato de eliminatórias a um só jogo, desta vez em campo neutro.

Nova Taça da Liga

Já a Taça da Liga sofreria uma nova reformulação competitiva, com a primeira ronda a apurar 14 clubes - entre 16 da II Liga e 12 da I Liga -, para um segundo patamar, ao qual se juntariam os dois participantes portugueses na futura Liga das Conferências da UEFA.

Em disputa estariam oito vagas para a fase de grupos, que passaria a integrar também os quatro melhores classificados do primeiro escalão na época anterior, sendo que os vencedores dos quatro grupos, cada um com três equipas, seguirão para a 'final four'.

O conjunto de propostas saídas das Jornadas Anuais da LPFP equaciona ainda a possibilidade de licenciamento de seis estádios alternativos por parte daquela entidade, caso surjam interdições ou suspensões de recintos nos dois escalões profissionais.

Fora de campo

Quanto aos restantes sete grupos de trabalho, foi estudado o acompanhamento da implementação do Cartão do Adepto, enquadrado pelo desenvolvimento de uma plataforma de venda centralizada de bilhetes destinados às respetivas zonas abrangidas.

Outras conclusões são a reflexão sobre o quadro legal de habilitações dos treinadores, o aumento da sensibilização e reforço das ações de fiscalização no combate à pirataria e a adoção de um modelo mais eficiente e abrangente de escrutínio dos investidores.

No capítulo financeiro, é sugerida a redução do IVA dos bilhetes nos espetáculos desportivos para 6% e o estabelecimento de uma distribuição justa e equitativa da receita obtida das apostas desportivas.

Ao fim de 37 reuniões, dispersas por oito meses de trabalho, estas conclusões vão ser levadas ao Grupo de Trabalho Regulamentar da Liga de clubes, que deliberará acerca de possíveis alterações regulamentares ao organismo de tutela do futebol profissional.

A proposta segue depois "para a Direção da Liga e só depois para a Assembleia-Geral, que tomará a decisão final sobre se a proposta é ou não aceite", assinala Sónia Carneiro.

Há, no entanto, outras propostas que já estão a ser aplicadas, como é o caso do Manual do Licenciamento, que já foi publicado e no qual são reforçadas as exigências às sociedades desportivas.

"Nenhuma atividade se autorregula com tanto rigor como o futebol profissional. As exigências financeiras e em termos de infraestruturas são cada vez mais apertadas", assinala Sónia Carneiro.

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