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O secretário de Estado da Juventude e Desporto reconhece que é "estranho" que, poucos dias depois de o Governo ter acordado um reforço do financiamento do projeto olímpico, a Federação Portuguesa de Judo comunique a dois atletas que esgotou as verbas para a sua preparação.
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João Paulo Correia confirma à TSF que recebeu uma denúncia que acusa a federação de ter retirado o financiamento a dois judocas. O Governo está atento, sendo que é o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) quem fiscaliza.
"O Governo, através do IPDJ contratualiza com o Comité Olímpico as verbas para a preparação e participação dos nossos atletas para se qualificarem para os Jogos Olímpicos", explica o secretário de Estado, recordando que o Governo "contratualizou com o Comité Olímpico e com o Comité Paralímpico um aumento histórico para essa preparação".
Em declarações à TSF, João Paulo Correia estranha corte de financiamento olímpico
"Por isto, estranhamos que num momento em que há um aumento histórico no financiamento da preparação olímpica a Federação Portuguesa de Judo comunica a dois atletas que esgotou as verbas da sua preparação para este ano", prossegue o governante.
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E admite: "No caso concreto, é uma decisão que pode ser política da federação, em vez de ser uma decisão técnica ou orçamental."
O secretário de estado da Juventude e Desporto refere que em agosto foi aberto um inquérito para investigar as denúncias de vários atletas sobre o presidente da Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, numa carta aberta assinada por sete judocas, na qual relatavam um clima insustentável e tóxico.
O secretário de Estado lamenta a "falta de bom senso".
O governo espera as conclusões desse inquérito nas próximas semanas: "Algumas destas acusações podem violar o estatuto da República e o regime jurídico das federações desportivas e a lei de bases do desporto e esse inquérito será encerrado, no máximo, daqui a quatro semanas."
João Paulo Correia lamenta a "falta de bom senso" em todo este caso e garante que o Governo "tudo tem feito" para que a "crise estivesse já sanada".
Já sobre a saída da selecionadora nacional de judo, o secretário de estado diz que não comenta decisões técnicas.