Lille campeão francês uma década depois com influência portuguesa

Formação do norte de França pautou o seu trajeto por ter predominado nos confrontos diretos com os outros candidatos.

O Lille sagrou-se campeão francês de futebol pela quarta vez na sua história, uma década depois do último cetro, numa caminhada para a qual contribuíram quatro jogadores lusos, dois deles com passaporte para o Euro2020.

O experiente capitão José Fonte comandou o setor recuado do Lille Olympique Sporting Club Métropole (LOSC), sendo titular em 36 das 38 jornadas e conseguindo três golos, para o seu primeiro título de campeão em qualquer país, aos 37 anos.

O internacional luso liderou a defesa menos batida da prova, com 23 golos, contra 28 do Paris Saint-Germain e 40 do Rennes, tendo essa sido a grande virtude do novo campeão, que repetiu os títulos de 1945/46, 1953/54 e 2010/11.

Por seu lado, Xeka esteve em 33 jogos (11 como titular) e Renato Sanches - em mais uma época prejudicada por lesões, que não inviabilizaram a sua convocação para o Euro2020, junto com Fonte - em 24 (14), ambos com um golo marcado, enquanto o defesa Tiago Djaló contribuiu em 17 encontros (oito).

Em termos individuais, também foram determinantes o guarda-redes Mike Maignan, único totalista da equipa (3.420 minutos), o central holandês Sven Botman, o médio Benjamin André ou o avançado Jonathan Bamba.

No que respeita aos golos, departamento em que o Lille ficou muito longe do Paris Saint-Germain (64 contra 86), liderou o turco Burak Yilmaz, com 16, em 27 jogos, contra 13 do canadiano Jonathan David e sete do seu compatriota Yusuf Yazici.

A formação do norte de França, bem mais perto de Bruxelas do que de Paris, pautou o seu trajeto por ter predominado nos confrontos diretos com os outros candidatos (PSG, Mónaco e Lyon) e pelo escasso número de derrotas (três).

O conjunto de Christophe Galtier, técnico de 54 anos, somou quatro pontos frente a todos os principais oponentes, com triunfos em casa face a monegascos e em reduto alheio frente ao Paris Saint-Germain e o Lyon.

Estas duas vitórias fora foram, aliás, muito marcantes no trajeto do LOSC, a primeira face aos vencedores das últimas duas edições da prova e de sete das derradeiras oito, um 1-0 no Parque dos Príncipes que encarrilou, em definitivo, o cetro.

À 31.ª jornada, na ressaca e de um 0-3 sofrido no mesmo local para os oitavos de final da Taça de França e de uma 'dolorosa' derrota na receção ao Nîmes (1-2), que custou a queda para o segundo lugar, ainda que em igualdade pontual com os parisienses, o Lille mostrou fibra de campeão na capital.

Em 03 de abril, frente a um conjunto que para variar até contou em simultâneo com Neymar e Mbappé, o que não aconteceu muitas vezes, o Lille soube sofrer e ganhou com um golo em contra-ataque, iniciado por Renato Sanches e concluído por Jonathan David, servido na direita por Jonathan Ikone.

O Lille afirmou-se no mais complicado dos palcos e, 22 dias depois, em 25 de abril, voltou a mostrar que merecia sagrar-se campeão, com um triunfo em Lyon, por 3-2, depois de estar a perder por 2-0 - na I Liga lusa, em 306 jogos, ninguém o conseguiu.

Fonte foi infeliz de início, deixando-se antecipar pelo ex-leão Slimini no 0-1 e marcando na própria baliza o 0-2, mas, então, Burak Yilmaz mostrou que, aos 35 anos, ainda era capaz de, a sós, decidir um encontro, neste caso um campeonato, já que mesmo o empate devolvia a equipa ao segundo posto.

Nos descontos da primeira parte (45+1 minutos), o turco marcou num espetacular livre direto, sem hipóteses para Anthony Lopes, depois fez a assistência para o 2-2 de David (60) e, para acabar a faena, sentenciou com um chapéu ao português (85).

Depois deste encontro, o Lille ainda soluçou, na receção ao Saint-Etienne, da 37.ª e penúltima ronda, mas, com o ponto conquistado, manteve-se com o destino nas mãos e sentenciou na última ronda, com uma vitória no reduto do Angers (2-1).

O Angers tinha sido, curiosamente, uma das três equipas, todas abaixo do top 10 a vencer o onze de Galtier, então na 18.ª jornada (1-2 em Lille). Os outros desaires, igualmente estranhos, aconteceram em Brest (2-3), na 14.ª ronda, e na receção ao Nîmes (1-2), na 19.ª.

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