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O piloto português Miguel Oliveira assegura que a KTM melhorou "em tudo", assumindo a prontidão para alcançar os resultados ambicionados na sua terceira temporada no Mundial de MotoGP.
"Tecnicamente, acredito que sou um piloto muito completo. Também acredito que a nossa mota é muito completa, poderá haver algum circuito ou alguma característica que não se adapte tão bem à nossa máquina, como é o caso da pista do Qatar, mas acredito que somos muito completos e, obviamente, tentaremos capitalizar as oportunidades. A preparação está feita, acreditamos no trabalho, a equipa é muito competente, e acredito que, juntos, vamos alcançar o resultado que merecemos e que ambicionamos", afirmou Miguel Oliveira, em entrevista à agência Lusa.
Para isso, o piloto natural de Almada, de 26 anos, atestou a sua confiança na evolução da mota da marca austríaca.
"Evoluímos em tudo, um bocadinho em tudo. Tentámos focar-nos em todos as áreas da mota, porque já tínhamos um pacote muito competitivo em 2020, e a única coisa que tentámos fazer foi levar motor, chassis, braço oscilante e aerodinâmica um pouco mais acima, para ganharmos performance e, noutros casos, para aumentarmos a nossa baliza de trabalho em termos de 'setup' [afinação] em circuitos em que não tenhamos corrido e termos mais margem de manobra para a afinar", explicou.
Depois de se deparar com o 'handicap' na velocidade de ponta em 2020, Miguel Oliveira admitiu que esta situação "não está completamente resolvida".
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"O nosso motor é muito semelhante ao do ano passado, não é igual porque perdemos o direito de ter dois motores a mais por piloto. Isso implicou diversos ajustes internos na fabricação das peças e, portanto, o motor ainda não é o que gostaríamos de ver na nossa mota, mas estamos a caminhar no caminho certo. Espero que o motor não seja nenhum 'handicap' para ser competitivo. Acredito que temos um grande motor", frisou.
Antes do arranque do Mundial, Miguel Oliveira associou-se à marca portuguesa Salsa para criar uma linha de vestuário, que considera transmitir a sua imagem.
"Eu acredito que é importante derrubarmos algumas barreiras que possam existir. Eu sempre fui um piloto que representava valores e até agora o único representante da bandeira [portuguesa] no MotoGP e, portanto, o meu trabalho sempre foi um bocadinho desbravar um caminho diferente, um percurso alternativo, e eu acredito que marcas que tenham esses valores como os meus, de quererem ir mais além, de se superarem, e de enveredarem a nossa bandeira, são parcerias que fazem todo o sentido", sublinhou.
Por isso, Miguel Oliveira recusou queixar-se por "falta de apoio", assumindo-se como "embaixador da modalidade no país", fazendo com que pessoas que nunca viram MotoGP tenham começado a "ver corridas ao domingo".
"Todo o apoio é sempre bem-vindo, mas não faz parte da minha maneira de ser dizer que alguma empresa me devia apoiar por ser portuguesa. Acredito que fiz o meu percurso a pulso, entrei pela porta grande, e foi sempre com muito esforço e com muito empenho, mas nunca pelos apoios que podia obter. Todo o apoio dos portugueses é sempre muito apreciado", agradeceu.
Depois dos dois primeiros anos no MotoGP na Tech3, equipa satélite da KTM, o único português na categoria 'rainha' do motociclismo de velocidade vai iniciar a temporada de 2021 ao comando de uma mota oficial da marca austríaca, no domingo, no Qatar.