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O caixão com o corpo do antigo futebolista Pelé, que morreu na quinta-feira aos 82 anos, chegou esta terça-feira ao cemitério em que ficará sepultado, após um cortejo de quatro horas pelas principais ruas de Santos.
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O enterro, uma cerimónia privada no Memorial Necrópolis Ecuménica, segue-se a um cortejo que 'arrastou' uma multidão de adeptos que se quiseram despedir do rei do futebol, único tricampeão do mundo que morreu na quinta-feira, 29 de dezembro de 2022.
Antes, o cortejo fúnebre passou à porta da casa da mãe, a centenária Celeste Arantes, no momento em que as emoções mais estiveram à 'flor da pele', com a irmã do 'astro', Maria Lúcia Nascimento, visivelmente emocionada na varanda, junto a outros parentes.
Os 'vizinhos' do maior ídolo desportivo do Brasil rodearam o cortejo, entoaram cânticos, pelo nome de Pelé, pelos "mil golos" e deram "vivas ao Rei", além de lembrarem o Santos, clube em que passou a maior parte da carreira e que simbolizou.
O último adeus ao '10' da 'canarinha', considerado por muitos o melhor futebolista de sempre, seguiu-se à câmara ardente de 24 horas em que o corpo esteve, no estádio Vila Belmiro, a que foram cerca de 230 mil pessoas para a despedida, segundo os cálculos do clube.
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O caixão deixou o relvado pelas 10h10 locais (13h10 em Lisboa), horário que aludiu à camisola 10 usada e imortalizada por Pelé no Santos e seleção brasileira, e foi levado para um carro aberto.
Depois, seguiu pelas principais artérias da cidade num camião, coberto com duas bandeiras, do Brasil e do Santos, e a 'guarda de honra' foi feita por milhares que quiseram despedir-se de Edson Arantes do Nascimento.
Uma das últimas homenagens foi prestada pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou cerca de 30 minutos no local.
O cemitério criou um memorial em homenagem a Pelé no primeiro andar, embora a sua família tenha um espaço no nono andar do edifício, que já foi o maior cemitério vertical do mundo, cujos detalhes não foram ainda revelados.
Segundo disseram à Lusa funcionários do cemitério, no memorial criado em homenagem a Pelé há uma estátua dourada do ex-futebolista a pisar uma bola, além de imagens de momentos especiais da carreira, no seio do maior cemitério vertical do mundo.
Pelé morreu na quinta-feira, aos 82 anos, no hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na sequência da "falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do cancro do cólon associado à sua condição clínica prévia", segundo aquele estabelecimento hospitalar, em comunicado.
O ex-futebolista estava internado desde o dia 29 de novembro naquele hospital para tratamento de quimioterapia a um tumor no cólon e tratamento de infeção respiratória, e o seu estado de saúde agravou-se.
Nascido a 23 de outubro de 1940 na cidade Três Corações, em Minas Gerais, Pelé foi o único futebolista três vezes campeão do mundo, em 1958, 1962 e 1970, marcou 77 golos nas 92 internacionalizações pela seleção brasileira e jogou pelo clube brasileiro Santos e pelo Cosmos, dos Estados Unidos.
Foi ainda ministro do Desporto no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998, e eleito o desportista do século pelo Comité Olímpico internacional (1999) e futebolista do século pela FIFA (2000).