Dias Ferreira, antigo dirigente do Sporting e candidato à presidência do clube nas últimas eleições, diz que "era evidente" o envolvimento de Bruno de Carvalho no ataque aos jogadores e à equipa técnica de futebol na Academia de Alcochete.
Em declarações à TSF, Dias Ferreira afirma que ficará surpreendido, sim, se a Justiça conseguir confirmar que foi o ex-presidente leonino quem deu a ordem para as agressões.
"Desde o princípio, nunca tive muitas dúvidas acerca do envolvimento de Bruno de Carvalho (...). Era uma situação mais ou menos evidente", afirma o sportinguista.
Apesar disso, no entendimento de Dias Ferreira, esse envolvimento passaria apenas pelo encobrimento dos responsáveis no caso, não pela ordem expressa do ataque. "[Que Bruno de Carvalho seja] o mandante [do ataque], deixa-me surpreendido", confessa.
O Ministério Público ordenou, este domingo, a detenção de Bruno de Carvalho e do líder da Juventude Leonina , Nuno Mendes (conhecido por 'Mustafá'), depois de ter consolidado as suspeitas de que o ex-presidente do Sporting terá estado por trás do ataque aos jogadores da equipa sénior de futebol no clube, na Academia de Alcochete, a 15 de maio.
As suspeitas terão sido cimentadas com o cruzamento de testemunhos e de registos de mensagens enviadas através da aplicação telefónica WhatsApp.
Dias Ferreira reconhece que a polémica das agressões em Alcochete afetou a imagem do Sporting, mas recusa que esta "manche toda a história" o Sporting. "O clube está a tentar recuperar, vai levar algum tempo", admite.
O antigo dirigente leonino alerta que não estão, sequer, ainda medidas todas as consequências da situação. A detenção de Bruno de Carvalho pode mesmo complicar a defesa do clube nos processos contra os jogadores que rescindiram contrato com o Sporting, depois das agressões em Alcochete, tendo, para isso, alegado que Bruno de Carvalho fora o autor moral do ataque.
Tratam-se, por exemplo, dos casos de Gelson Martins e Rafael Leão, nos quais o Sporting espera receber uma verba considerável, e os casos de Daniel Podence e Rúben Ribeiro, que estão a ser julgados pelo Tribunal Arbitral do Desporto.
