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Em causa está um processo instaurado a uma jornalista depois de ter feito, na zona de entrevistas rápidas, uma pergunta ao treinador dos leões.
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O bastonário da Ordem dos Advogados, Luís Menezes Leitão, partilha as preocupações do Governo e Sindicato dos Jornalistas no caso do processo à jornalista da SportTV instaurado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
"Efetivamente existe liberdade de imprensa no nosso país e não vejo que um jornalista possa ser sancionado por fazer uma pergunta neste quadro, com a análise que temos. A resposta pode ou não ser dada, ninguém é obrigado a responder às questões colocadas, mas não nos parece que faça qualquer sentido sancionar disciplinarmente um jornalista por colocar uma pergunta. Isso é até uma situação que coloca problemas em termos de liberdade de imprensa. Há regulamentos que podem ser estabelecidos, mas independentemente dessa qualificação do jornalista como agente desportivo não vemos que um jornalista possa ser sancionado por colocar questões", explicou à TSF Luís Menezes Leitão.
Ouça as declarações do bastonário da Ordem dos Advogados à TSF
Em causa está um processo instaurado a 30 de agosto depois de a jornalista do canal SportTV ter feito, na zona de entrevistas rápidas, no final do encontro entre Sporting e Desportivo de Chaves (0-2) para a I Liga de futebol, uma pergunta ao treinador dos leões, Rúben Amorim, "fora contexto do jogo que acabara de terminar", conforme explicou, na quarta-feira, o Sindicato dos Jornalistas em comunicado.
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Entretanto, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, assegurou que acompanha "com muita preocupação" a decisão da FPF de instaurar um processo disciplinar à jornalista da SportTV, sublinhando que esta limita a liberdade, e apelou a que o Conselho Disciplinar da federação reconsidere a sua posição.
Num comunicado divulgado na quarta-feira, o Sindicato dos Jornalistas considerou também "um atentado à liberdade de imprensa" o processo instaurado à jornalista da SportTV.

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Também a Associação dos Jornalistas de Desporto (CNID) considerou o processo à jornalista "um absurdo", defendendo que os jornalistas "não podem ser escrutinados por nenhum conselho de nenhuma federação ou liga, nem por nenhum clube".
Por seu lado, o CD da FPF explicou, também na quarta-feira, em comunicado, que "está obrigado a sancionar em processo sumário ou a instaurar processo disciplinar quando chegam ao seu conhecimento indícios da prática de ilícito disciplinar", adiantando que os dados estavam presentes no relatório oficial de jogo, realizado em Lisboa em 27 de agosto.