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Tudo começou com uma camisola nove. O lateral que o Benfica pretende contratar ao Slavia de Praga jogava como avançado centro no início de carreira como jogador sénior, conta o primeiro treinador de Alexander Bah, Henrik Lehm. Dos escalões mais baixos do futebol dinamarquês, ao serviço do Naesby BK, até aos relvados da primeira liga da Dinamarca, no Koge e no SönderjyskE, seguiu-se um salto seguinte para a República Checa, onde tem impressionado como lateral.
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O experiente treinador dinamarquês orientou Alexander Bah no início da carreira do jogador. "Fui treinador profissional durante 42 anos, conheci muitos jovens, mas o Alexander foi um dos melhores rapazes que conheci, mesmo fora do campo. Recordo-me de que, após o primeiro jogo dele pela seleção da Dinamarca, foi ao meu gabinete, entrou por ali dentro com a camisola do jogo para me oferecer". Mas a estreia pela seleção era apenas mais um passo no percurso.
Bah foi "um dos melhores rapazes" que Lehm conheceu durante os 42 anos de carreira.
Alexander Bah chegou ao Naesby depois de ser recusado por clubes de maior nome. "Fisicamente diziam que lhe faltava força e altura. Quando o orientei já tinha um corpo de atleta", explica o antigo treinador. "Adaptou-se sempre muito rapidamente aos novos contextos. Foi sempre assim ao longo da carreira, desde os sub-19 até à primeira divisão na Dinamarca, e mesmo na República Checa", concretiza Henrik Lehm, treinador que assume que nunca perdeu o contacto com o jogador.
Se Roger Schmidt pede aos jogadores das suas equipas uma grande disponibilidade para a pressão, um ritmo de jogo enérgico, que busca o protagonismo e a vertigem, Henrik Lehm compreende a opção do Benfica por este lateral. Longe vão os dias de fragilidade física.
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Bah "era capaz de condicionar sozinho toda a linha defensiva adversária".
"Acho que pode funcionar 100% de acordo com as ideias de Roger Schmidt. É forte na pressão. Quando jogava como ponta de lança era capaz de condicionar sozinho toda a linha defensiva adversária. É extraordinário sem bola, por isso, se é esse o tipo de jogador que procuram, acho que é perfeito. Alexander foi rejeitado quando jovem por vários clubes por ser baixo e frágil. Quando o encontrei, o corpo dele já estava preparado para o jogo. É fantástico para um futebol de pressão alta, com grande rotação, perfeito nesse aspeto", insiste.
"O que tem de melhor como atleta é a capacidade de adaptação."
"É um jovem que adora vencer, que odeia perder, mas o que tem de melhor é a capacidade de adaptação. Se for para Portugal vai adaptar-se rapidamente, porque ninguém pode parar um jogador com capacidade física, tanta potência e uma mentalidade fantástica", vaticina o antigo técnico.
As portas da seleção dinamarquesa já se abriram para Alexander Bah em três ocasiões. "Para o próximo Mundial - Qatar 2022, em novembro - penso que fará parte do grupo. Mas depois do Mundial, na construção de uma nova equipa, acredito que vai estar sempre entre as opções. Para já, acredito que a seleção vai apostar em jogadores mais experimentados, mas ainda assim acredito que vai estar na equipa para o Mundial", um sinal para o Benfica, que deve antecipar o investimento no atleta, antes da valorização internacional.
Henrik Lehm avisa que Bah pode ser uma das opções da Dinamarca já para o próximo Mundial.
Alexander Bah tem contrato até 2025 com o Slavia de Praga. O Benfica está a negociar a contratação do jogador para concorrer com as atuais soluções no plantel, André Almeida ou Gilberto.