Ronaldo sob suspeita de violação em 2009. O que levou a Polícia de Las Vegas a reabrir o caso?

Novas informações levaram à reabertura do caso, mais de nove anos depois. O jogador de futebol português é suspeito de violar uma mulher em Las Vegas.

As autoridades norte-americanas confirmaram a reabertura do processo em que uma mulher acusa Cristiano Ronaldo de a ter violado num hotel em Las Vegas, em 2009.

A Polícia de Las Vegas confirmou o número do processo - o mesmo que consta da denúncia feita pela alegada vítima, Kathryn Mayorga, registada na noite do suposto incidente, sem que ela, contudo tenha dado o nome do suposto agressor, com medo de represálias. No Estado do Nevada, os crimes sexuais não prescrevem desde que tenham sido devidamente reportados às autoridades - o que aconteceu.

A mulher que acusa Cristiano Ronaldo de a ter violado é Kathryn Mayorga, uma norte-americana de 34 anos, residente no estado do Nevada. O caso terá sido reaberto no último mês, depois de a mulher ter apresentado novas informações sobre a alegada violação, colaborando com as autoridades na investigação.

O processo, tornado público pela revista alemã Der Spiegel , relata que Ronaldo terá conhecido Kathryn Mayorga numa discoteca em Las Vegas, em junho de 2009. O futebolista terá convidado um grupo de pessoas, entre as quais estava a alegada vítima, para a penthouse que ocupava no hotel onde estava hospedado. Kathryn Mayorga alega que, enquanto mudava de roupa na casa de banho, Cristiano Ronaldo lhe terá pedido para executar atos sexuais, empurrando-a depois para o quarto e violando-a.

O processo refere que, depois de terminada a agressão sexual, Cristiano Ronaldo terá deixado Kathryn Mayorga sair do quarto, pedindo desculpa e afirmando que, normalmente, costumava ser "um cavalheiro".

A mulher diz ter sido levada a assinar um acordo para manter o silêncio sobre a alegada violação, pelo qual terá recebido 375 mil dólares (cerca de 324 mil euros).

O novo advogado de Kathryn Mayorga, Leslie Stovall, emitiu, esta segunda-feira, um comunicado onde afirma que o objetivo da mulher é "obter justiça e fazer Cristiano Ronaldo responder pelos seus atos".

Kathryn Mayorga pede uma indemnização no valor de 200 mil dólares (cerca de 173 mil euros) pelos danos que lhe foram causados.

Um caso escavado pela Der Spiegel

O advogado de Cristiano Ronaldo, Christian Schertz, já anunciou que o atleta vai processar a revista Der Spiegel por ter publicado o caso, classificando-o como uma "acusação descaradamente ilegal".

"A matéria noticiada no SPIEGEL é manifestamente ilegal e viola os direitos de personalidade do nosso cliente Cristiano Ronaldo de uma forma extremamente grave", lê-se num comunicado assinado pelo advogado. "Esta é uma notícia de suspeição inadmissível em matéria de privacidade. Por conseguinte, a sua reprodução será ilícita", alega.

O editor executivo da Der Spiegel, Alfred Weinzierl, assegurou, esta segunda-feira, que a revista mantém a história publicada. "Trabalhámos profissionalmente como jornalistas, confrontámos as provas. Isto é permitido à luz da lei de imprensa da Alemanha", defendeu.

O editor de desporto da revista alemã e um dos coautores da notícia, Christoph Winterbach, publicou no Twitter, e em detalhe, o modo como a revista alemã conseguiu as informações divulgadas no artigo.

Christoph Winterbach apresenta ainda provas de como Cristiano Ronaldo já havia admitido que Kathryn Mayorga gritara "não" e "pára", durante o ato sexual, justificando no entanto que ela se mostrara disponível. Esta primeira versão veio depois a ser suprimida pelo atleta.

O jornalista mostra mesmo excertos dos relatórios da polícia, na noite da alegada violação.

A Der Spiegel já tinha publicado o caso em 2017, com base em documentos da Football Leaks, tendo a acusação sido, na altura, desmentida pela Gestifute, a empresa que representa Cristiano Ronaldo.

Questionada sobre o assunto, a Juventus, clube italiano onde joga Cristiano Ronaldo, recusou-se a comentar o caso.

Também em 2005, Cristiano Ronaldo (que era, na altura, jogador do Manchester United) foi interrogado pelas autoridades depois de alegações de que teria violado uma mulher. As suspeitas nunca chegaram a ser confirmadas.

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