O Santa Clara foi a Braga a saber que precisava de pontos para alimentar a esperança de continuar na Primeira Liga e tudo fez para o conseguir. Só que Bruma e Pizzi, ambos com asas nos pés, tornaram o voo de volta para os Açores um pouco mais pesado.
Com a derrota por 5-3 na Pedreira, o Santa Clara fica cada vez mais perto da descida à Segunda Liga, ocupando o último lugar com 19 pontos, a quatro do lugar de play-off e já com a manutenção direta impossibilitada. O SC Braga, que soma agora 74 pontos no terceiro lugar, está às portas da Liga dos Campeões.
Bastaram dez minutos e dois simples passes para o SC Braga chegar ao 1-0: Bruma arrancou, deu a Iuri Medeiros e este cruzou rasteiro para o centro da grande área, onde já andava Ricardo Horta. Dali, fez parecer simples o golo: rematou colocado para 1-0.
A resposta açoriana começou a desenhar-se logo na jogada de perigo seguinte, embora não tenha sido imediata. Ricardinho isolou-se nas costas da defesa bracarense, caiu na grande área do SC Braga e o jogo continuou Bruma a perder, já outra vez perto da baliza açoriana. Acontece que Vítor Ferreira foi chamado para ir ver as imagens do VAR e, nelas, encontrou mesmo uma falta de Paulo Oliveira na jogada em que Ricardinho caiu. Amarelou o defesa português, assinalou penálti e Matheus Babi, dos 11 metros, fez o empate.
O Santa Clara pareceu quase sempre estar à beira de marcar o golo da reviravolta, mas aos 34', num pontapé de canto marcado de forma curta, sentiu na pele o peso do risco. André Horta deu a Iuri Medeiros, este passou a Sequeira, que recebeu na esquina da grande área e cruzou para a zona do segundo poste, onde Niakaté surgiu de rompante a saltar para a bola, cabeceando para o 2-1.
E a primeira parte não acabaria mesmo sem que o SC Braga voltasse a mostrar que, em casa, gosta de mandar nos jogos. Nova jogada rendilhada, desta vez no corredor central, e Abel Ruiz surgiu a desmarcar-se entre os centrais açorianos. Já na grande área, tirou o guarda-redes Gabriel Batista da frente e rematou de pé esquerdo para o 3-1.
Apesar do golo, cedo os arsenalistas se assustaram depois de regressarem dos balneários. Aos 46', já Matheus aquecia, e de que forma, as luvas ao defender para a frente um remate que acabou nos pés de Bruno Jordão. O médio português, surpreendido à frente da baliza, rematou para fora.
Foi o suficiente para os bracarenses responderem na mesma moeda logo dois minutos depois, mas tal como Matheus, também Gabriel Batista negou o golo que Ricardo Horta tentou fazer com um remate que em direção ao ângulo superior.
Ora, sem desistir do jogo, o Santa Clara tanto foi tentando, que conquistou mais um penálti aos 67', com Paulo Oliveira novamente como autor da falta. E tal como se repetiu a identidade do faltoso, também a do marcador do golo foi a mesma: Matheus Babi fez o 3-2.
Cresceu uma esperança açoriana que se alimentou da necessidade dramática de pontos para não descer à Segunda Liga. E tanto cresceu, que deu em empate. Sagna lançou para o interior da grande área do SC Braga e Boateng, que saltou mais alto do que toda a gente, cabeceou para o 3-3.
Só que o futebol é, quando quer e todos contribuem para isso, um jogo de loucos e Bruma, que está em Braga desde janeiro, quis demonstrá-lo. Na resposta imediata ao golo do empate, Iuri Medeiros rasgou a defesa açoriana com um passe e o extremo português, já na grande área, desviou a bola para o 4-3.
O golpe final na esperança açoriana foi dado já depois dos 90 minutos, quando Pizzi em corrida tirou toda a defesa do Santa Clara, um a um, da jogada até rematar, por fim, colocado para o 5-3 final.
Onze do SC Braga: Matheus, Victor Gomez, Paulo Oliveira, Niakaté, Sequeira, Racic, André Horta, Bruma, Medeiros, Ricardo Horta e Abel Ruiz
Onze do Santa Clara: Gabriel Batista, Sagna, Nogueira, Boateng, MT, Bruno Jordão, Bruno Almeida, Adriano, Ricardinho, Gabriel Silva e Matheus Babi
Suplentes do SC Braga: Tiago Sá, Serdar, Rodrigo Gomes, Roger, Mendes, Pizzi, Banza, Gorby e Pedro Santos
Suplentes do Santa Clara: Ricardo Fernandes, Tagawa, Paulo Henrique, Andrezinho, Nanu, Rildo Filho, Kento Misao, Ítalo e Bobsin
O jogo foi arbitrado por Vítor Ferreira, auxiliado por Luís Costa e Nelson Cunha. No VAR esteve Hugo Miguel.
