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Quando foi treinador do Shakhtar Donetsk, o clube já se tinha mudado para Kiev. Toda a estrutura do Shakhtar tinha abandonado aquela parte da Ucrânia quando se tornou insustentável manter-se no local durante o conflito. No entanto, Luís Castro recorda, no entanto, que o sentimento de pertença mantinha-se em todos os jogadores e equipa técnica.
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"O que senti sempre nas pessoas que trabalhavam e trabalham no clube foi um sentimento de perda e de muita saudade", lembra. "A grande totalidade referia-se a Donetsk como algo que fazia parte delas." Luís Castro compara esse sentimento com o que sentiram os portugueses que abandonaram África aquando da descolonização.
Ouça a entrevista do treinador português à TSF.
O treinador, que à frente da equipa do Shakhtar Donetsk ganhou o título de campeão da Ucrânia na época de 2019/20, lembra também que todos os jogadores e equipa técnica defendiam as cores do clube com muita vontade. Lamentavam ter deixado para trás um estádio que era uma referência. "Tinham um dos melhores estádios do mundo e tinha ficado para trás um dos melhores centros de treino", afirma.
" Há uma grande identidade do clube com a terra. O Shakhtar continua a usar Donetsk no nome e dizem isso com muito orgulho", acrescenta.
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O treinador, que está a abandonar nesta altura o comando técnico do Al Duhail, um clube do Catar, para se mudar para um clube brasileiro, considera que o Shakhtar Donetsk representa toda uma região sofrida. "Apesar de terem tido esse rude golpe na vida deles, são pessoas muito afáveis", garante.
Sempre que íamos a jogo sabíamos que estávamos a representar uma região que tinha sido dividida.
"Quando o Shakhtar Donetsk jogava no Dombass Arena tinha 35, 40 mil pessoas a assistir e quando começou a jogar em Karkiv ou Kiev, não ia além dos três ou quatri mil adeptos", conta. "Dividiram-se as pessoas, que tiveram de procurar a sua vida noutras zonas do país e do mundo", lamenta.