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São esperados 12 mil adeptos ingleses no Porto, para assistir à final da LIga dos Campeões, daqui a quatro dias. O Governo tinha determinado que os viajantes teriam de ser sujeitos a uma bolha de segurança, mas a UEFA confirmou ao jornal Público que a exigência não passa afinal de uma situação "altamente recomendável".
Os clubes ingleses - Chelsea e Manchester City - também não fizeram exigências aquando da compra dos bilhetes. Foi ainda aberta a venda de um lote de 1700 bilhetes ao público, pelo que fica ainda dificultada a monitorização de adeptos.
Foi a ministra Mariana Vieira da Silva quem primeiro anunciou que estava a ser arquitetada uma operação de segurança para impossibilitar contactos entre os adeptos e a restante população. O Governo esperava criar zonas específicas para receber os apoiantes do Chelsea e do Manchester City. A governante esclareceu que os adeptos "virão e regressarão no mesmo dia, com teste feito e em situação de bolha", isto é, "em voo charter, deslocação para duas zonas de espera de adeptos, daí para o estádio e depois do jogo de volta para o aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas com esta permanência em bolha e testes obrigatórios".
No entanto, o Público também descobriu que os adeptos dos clubes ingleses não eram obrigados a viajar nos charters para assistir ao jogo final da Liga dos Campeões.
Há oito dias, a agência Lusa tinha noticiado que a final da Liga dos Campeões no Porto, marcada para o dia 29, tinha feito aumentar a taxa de ocupação em vários hotéis da cidade, existindo unidades com lotação esgotada. Uma parte das reservas dizia respeito a clientes do Reino Unido e outra metade eram reservas do mercado espanhol, bem como "algumas do mercado francês e suíço". Também esta notícia reforça a tese de que a bolha estará já a ser quebrada há vários dias, ao contrário do que a Tutela pretendia inicialmente.
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O secretário de Estado do Desporto, em declarações à TSF, disse confiar nas garantias que foram dadas pela UEFA e pela Federação Portuguesa de Futebol, para que tudo decorra como previsto durante a estadia dos adeptos ingleses.
João Paulo Rebelo refere que o que a Federação Portuguesa de Futebol e a Própria UEFA lhe garantem que a maioria dos adeptos do Manchester e do Chelsea virão em voos charter e voltarão no próprio dia. "O Governo sabe que está a ser cumprido o que estava compromissado", assinalou. E esse compromisso prende-se com "a esmagadora maioria dos espectadores a virem em voos charters", testados à Covid-19, com teste PCR, e a serem posteriormente "encaminhados para as zonas de fãs, onde levantarão os bilhetes para o jogo".
"As garantias que foram prestadas ao Governo por parte dos organizadores é que tudo ocorreria nos termos", reforça, já que "é evidente que o Governo não tem interesse nenhum em colocar em causa o caminho, e o bom caminho, que temos estado a percorrer, com o sacrifício de todos, com o combate à Covid".
Ouça os esclarecimentos do secretário de Estado.
O governante admite, no entanto, que possa haver pessoas à margem dos clubes que possam ficar em Portugal alguns dias. "Há jornalistas que acompanham também este jogo, e são em grande quantidade. desconheço se viajam desta forma também", aponta João Paulo Rebelo. Há ainda "patrocinadores ligados aos clubes" e as "suas equipas técnicas".
"Compreendemos que esses todos poderão não fazer as viagens nessas condições", vinca. Quanto ao aumento das reservas no setor hoteleiro, João Paulo Rebelo salienta: "Temos hoje mais turistas a visitar o nosso país, parece-me inquestionável."
Rui Moreira diz que a vinda de adeptos ingleses sem bolha sanitária para a cidade do Porto é uma mais-valia para a economia da cidade. O presidente da Câmara assegura que tem colaborado com os organizadores do evento. "Foi-nos solicitada a nossa colaboração. Nós colaboraremos naturalmente com a UEFA, com a Federação Portuguesa de Futebol e com o Governo, com as entidades competentes."
Ouça as declarações de Rui Moreira.
O autarca confia que a organização "irá funcionar" no sentido de garantir o respeito pelas regras sanitárias.
Já quanto à procura estrangeira, Rui Moreira sinaliza-o como um bom sinal, porque, com comportamento adequado, o fluxo de turistas "também é bom para a nossa economia". A cidade "tem de ficar contente", sublinhou.
* Atualizado às 14h17

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