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Um projeto gizado, mediante o modelo que Rúben Amorim importou de Braga, com o êxito que se sabe.
Porém, verdade seja dita, este Leão ainda é muito previsível, na puerilidade de alguns dos seus elementos ainda se sente o peso dos primeiros passos e uma demasiada prisão nos movimentos, algo que a ousadia da experiência poderá eliminar!
Sim, este Leão versão bebé, ainda tem muito que crescer para ser o Rei da Selva! Aliás, o próprio Rúben, no seu já citado 3-4-2-1 parece, ainda, estar a apalpar terreno. Bastará ver, hoje, a colocação das pedras em campo que pareciam indiciar a aposta num modelo de dois defesas centrais... para Acuña aparecer como terceiro central!

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Além disso, destaque para os dois homens da zona medular. Em vez da dupla Battaglia/Mateus Nunes, que em Moreira de Cónegos nem foi carne, nem peixe, a aposta, hoje, foi em Doumbia/Wendel. Ora se o primeiro continua a confirmar a necessidade dos verdes e brancos apostarem na contratação de um médio defensivo que catapulte a equipa para outros patamares - e um bom médio defensivo será sempre apanágio das grandes equipas -, o brasileiro é neste momento o jogador mais da equipa de Ruben... o dínamo que coloca toda a engrenagem a funcionar, o papa-léguas que faz a equipa crescer no terreno, a vitamina capaz de regenerar uma equipa, que, durante muito tempo, foi como o avançado Sporar: lenta, pouco móvel e sem chama.
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Quanto ao Santa Clara, João Henriques está-se a revelar como um dos técnicos com mais valências táticas da atual Liga. Os homens dos Açores querem jogar no campo todo e possuem alguns executantes de bom nível. O brasileiro Lincoln, lançado, ainda menino, por Scolari no Grémio, ou o avançado Thiago Santana, demonstram um perfume nas botas acima da média.
Assim, durante a primeira metade do jogo, se o Leão parecia sem ideias, vivendo dos repentismos de Wendel e das tentativas, na maioria das vezes, frustradas de Jovane, do outro lado via-se uma equipa insidiosa, com a lição bem estudada, com a especificidade de ter entrado em campo com dois laterais esquerdos que secaram completamente as arrancadas de Ristovski.
Deste modo, não foi de espantar que a melhor oportunidade da primeira metade, pertencesse aos ilhéus! Thiago Santana, no último minuto, da primeira metade poderia, de cabeça, ter causado um dissabor a Max.
A segunda parte seria, praticamente a confirmação de todas estas asserções.

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Um Sporting lento, sem jogo interior, com os movimentos laterais de sobreposição a serem feitos com dificuldades, parecia não ter condições para abater a organização bem definida do Santa Clara. Uma equipa, que, diga-se, conseguiu manter longe da sua área os leões, que pareciam uma equipa partida. Doumbia não conseguia, como raramente consegue, criar desequilíbrios em zonas mais avançadas, Wendel parecia estar manietado e das alas não surgia perigo.
A adensar os temores de mais um dissabor no estádio de Alvalade, Zaidu, isolado, poderia ter violado as redes de Max... as ideias de Rúben pareciam não serem aplicáveis aos seus intérpretes.
Porém, o futebol além de ser um jogo coletivo, é a soma da excelência das individualidades... é isso que o torna um jogo sublime! O que faz criar os ídolos! Numa cabine telefónica, Wendel, que, por esses momentos, parecia estar adormecido, criou uma jogada sublime e centrou para Jovane, sem deixar cair a redondinha, fuzilar Marco! Um golo de excelência, num jogo que, até ao momento, nada tivera disso.
Tentaria o Santa Clara estender as linhas, espraiar-se no campo! Mas, verdade seja dita, este Leão, ainda que bebé, já aprendeu a defender e a gerir o jogo! Para atacar, toma vitaminas: uns dias a J (de Jovane), outros a de W (de Wendel) ... hoje, a deste último, criou o golo do triunfo que cimentou o terceiro posto.
* A Economia do Golo