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O presidente do Vitória de Setúbal admitiu esta quinta-feira dificuldades na preparação de 2020/21, época em que a equipa, que se apresentou no Bonfim para realizar o rastreio à Covid-19, não sabe ainda em que escalão de futebol vai competir.
Em conferência de imprensa, Paulo Gomes afirmou estar confiante de que o clube, que viu a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) chumbar o seu licenciamento nas provas profissionais, relegando-o ao Campeonato de Portugal, verá a decisão ser revertida pelo Tribunal Arbitral de Desporto (TAD), podendo, por isso, participar na I Liga de futebol.

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"Estamo-nos a preparar para começar o campeonato na I Liga. É esse o nosso lugar e foi em campo que o conquistámos. A nossa providência cautelar entrou no início da semana e, neste momento, está a ser formado o Conselho de árbitros no TAD para que possa sair a decisão o mais rapidamente possível. Contamos que seja muito brevemente de forma a suspender todo este processo para que possamos estar no sorteio no dia 28", disse.
Confrontado com a possibilidade de haver uma decisão desfavorável e com os impactos que esse desfecho teria na vida do Vitória de Setúbal, Paulo Gomes recusa esse cenário catastrófico.
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"Não temos noção do impacto que poderia ter no clube, não só em termos financeiros, como também em termos sociais e públicos. Falamos de uma instituição centenária, que tem alguns problemas, mas que, nestes pressupostos, tem bases legais para os poder discutir. Achamos que a razão está do nosso lado e daí a providência cautelar para que a decisão seja feita de forma ponderada e que a verdade venha ao de cima", afirmou.
O presidente do Vitória de Setúbal confessa não compreender a decisão do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em declarar-se ser "materialmente incompetente" para analisar o processo, remetendo o mesmo para o TAD.
"Acho que se deveria ter julgado competente. Se calhar o mais fácil para o CJ era ter mantido a decisão da Liga e não o fez por alguma razão. Se achou que o TAD seria o melhor órgão a decidir, está no seu direito. De qualquer forma, achámos que o CJ, perante os factos, os erros formais graves, poderia decidir na hora", disse.
Paulo Gomes criticou a forma célere como a LPFP chamou o Portimonense para tomar o lugar do Vitória de Setúbal na I Liga.
"Esse é um dos erros formais cometidos. A Liga não decidiu, a Comissão Executiva notificou. A Comissão não delibera, dá o parecer. Se já é um erro dizer ao Vitória que descia de divisão ainda o piorou convidando o Portimonense", considerou.

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Além do Vitória de Setúbal, o CJ da FPF também se declarou incompetente para apreciar os recursos do Casa Pia e Olhanense, devido ao desfecho das competições face à pandemia de Covid-19.
O Vitória de Setúbal, que terminou a edição de 2019/20 da I Liga no 16.º lugar, acima da zona de despromoção, foi impedido de se inscrever nas competições profissionais, depois de a Comissão de Auditoria da LPFP ter reprovado os processos de licenciamento.
Em causa estavam pressupostos financeiros incumpridos: o clube não conseguiu apresentar prova de "inexistência de dívidas a sociedades desportivas", a "inexistência de dívidas a jogadores, treinadores e funcionários", assim como "a regularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária", segundo a LPFP.