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O presidente da TAP, Antonoaldo Neves, revelou à TSF que quer fazer crescer nos próximos anos a presença da companhia aérea no aeroporto do Porto através de um mini-hub.
Antonoaldo Neves quer aproveitar o facto de o aeroporto Francisco Sá Carneiro não estar estrangulado. Por isso, "a TAP quer crescer no Porto. Estamos num patamar muito maior do que estávamos antes".
A TAP tem o segundo lugar, com 18%, do tráfego no aeroporto Francisco Sá Carneiro, mas para o presidente da TAP "a questão não é ser o primeiro, é ser o melhor". "E ter a melhor forma de satisfazer os nossos clientes que querem vir para o Porto e sair do Porto", afirmou.
Deste modo, a oferta de voos no Porto é ampliada. "Este ano [2019], é um ano interessante porque nós vamos ter um voo quase diário do Porto para Nova Iorque nos nossos aviões novos [A321] e estamos muito animados."
A TSF falou com o presidente da TAP sobre os novos desafios da companhia.
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Daí que este processo de crescimento leve Antonoaldo Neves a falar da presença da TAP nos próximos anos na região do Porto. "Nós estamos agora no momento de construir a rede para a Europa e, construindo uma rede para a Europa, eu posso um dia pensar em ter uma operação em forma de um mini-hub aqui no Porto, que é um processo que leva cinco a sete anos para ser construído."
A receita para que isto seja possível é construir uma operação em cascata, onde os passageiros de um voo possam transbordar para outros destinos.
"É preciso construir o médio curso no alcance a um número de cidades relevantes, reforçar a ponte aérea e, ao mesmo tempo, começar a colocar mais voos de longo curso", diz Antonoaldo Neves.
Olá, Brasil
Nesta conversa, Antonoaldo Neves revelou à TSF que, apesar da aposta nos Estados Unidos para este ano, a TAP vai continuar a apostar nos voos para o Brasil.
"Nós temos um mercado muito importante e histórico para a TAP no Brasil. Nós sabemos atender muito bem o brasileiro e não vamos abrir mão da nossa posição. Vamos continuar a investir no Brasil. Colocámos dois A330 NEO, que têm sido um sucesso, e espero, em breve, ter mais notícias novas sobre o Brasil. Estamos ainda nos processos de aprovação, por isso, não posso divulgar mais, mas vão existir surpresas que a gente deseja para o Brasil este ano", revela o presidente da TAP.
Mas este ano o crescimento com maior expressão percentual é nos Estados Unidos: "Passamos a ter 50 frequências semanais nos EUA, com entrada da operação de Chicago, Washington e São Francisco e eu fico muito feliz de ver que a quantidade de bilhetes que nós temos vendido, para São Francisco, na Alemanha. É excecional. Nós, TAP Air Portugal, estamos a conseguir ser uma marca que imprime aos norte-americanos confiança para os levar não apenas a Portugal mas a outros destinos do mundo", sublinha.
Antonoaldo Neves fez estas declarações a bordo de um avião que faz a ponte aérea Lisboa-Porto-Lisboa. Aviões que circulam de hora a hora entre as duas cidades.
Ponte aérea
A bordo de um novo Airbus A320, o presidente da TAP confessa: "Costumo voar todas as semanas para acompanhar os voos e o trabalho, e aproveito para conversar com os clientes." Antonoaldo Neves pegou no intercomunicador de bordo a avisar os passageiros que ia recolher "sugestões e reclamações".
Para os passageiros que saem do Porto, uma das reclamações mais presentes é a falta de um corredor dedicado para o controlo de segurança, tal como existe em Lisboa. Antonoaldo Neves pegou no telemóvel e tomou nota das reclamações e agora promete falar com o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
"Eu ouvi algumas sugestões que vou passar ao aeroporto [do Porto], como ter um embarque rápido e exclusivo dedicado para a ponte aérea como nós temos em Lisboa. Acho que vai ser bom para a ANA porque estimula o aeroporto", adianta.
A ponte aérea Lisboa-Porto anda, nas últimas semanas, com níveis de pontualidade de 100% e passou a ser feita por aviões a jato.
"A partir de março vai ficar melhor ainda. Vamos ter E-Jets, da Embraer, com assentos dois a dois e, por isso, vamos romper a barreira dos 700 mil clientes na ponte aérea e não só ligar o Porto e Lisboa, mas, com o aumento da oferta que nós temos no Porto a ponte aérea, é muito importante para trazer para Lisboa os clientes que vêm de avião para o Porto", defende Antonoaldo Neves.
Com os aviões a jato, a capacidade aumenta cerca de 50%. "A ponte aérea é já hoje a maior rota da TAP com 700 mil clientes transportados por ano e apenas 30% dos bilhetes é vendido em Portugal. A gente quer que isso aumente para 40 a 45% e queremos que passe a ser o maior meio de transporte entre o Porto e Lisboa", considera.
Esta terça-feira, o embarque foi à hora certa e a chegada na hora prevista, apesar de o avião ter estado 15 minutos à espera para levantar voo em Lisboa.
"O nosso grande desafio aqui é ter saídas rápidas para que os aviões que estão a sair possam descolar e os outros possam entrar. A gente está bastante ansiosa para que as obras comecem [em Lisboa], como foi anunciado, para que, em vez de 15 minutos de táxi, eu tenha dez minutos de táxi e faça uma boa diferença", argumenta Antonoaldo Neves.
Questionado sobre a possibilidade de as obras em Lisboa condicionarem ainda mais os tempos de descolagem, o presidente da TAP adianta que ainda não conhece o plano das obras: "É natural que tenha algum tipo de condicionamento." "Por isso é que a maioria das obras é feita no período de baixa estação. Mas eu não conheço ainda os planos e não sei avaliar a magnitude do condicionamento que vai ser previsto para as obras", confessa.