O arquiteto Filipe Borges de Macedo, da Comissão Geral de Avaliação dos Prédios Urbanos, lembra que é impossível «avaliar mil imóveis por mês com rigor».
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As avaliações das casas para efeitos de IMI estão a ser feitas às cegas, afirma um arquiteto que faz parte da Comissão Geral de Avaliação dos Prédios Urbanos.
Para o arquiteto Filipe Borges de Macedo, estão a ser atropelados princípios básicos que podem provocar uma catástrofe no mercado.
«Não me parece que seja possível avaliar mil imóveis por mês com rigor, porque com rigor implicava uma deslocação ao sítio e isso não está a acontecer», explicou.
Filipe Borges de Macedo, responsável da Ordem dos Arquitetos, entende que o recurso ao Google Earth «incorreto, mas é isso que se está a passar».
Este arquiteto adiantou que está a haver muita pressão por parte do Ministério das Finanças para arrecadar a verba do IMI em tempo recorde.
«Devia sempre haver a contribuição do contribuinte para mostrar o imóvel para que o técnico pudesse aferir com clareza a área, dimensões, estados de habitabilidade, uma série de parâmetros que vão influenciar a avaliação», adiantou.
Com muitos avaliadores a rescindirem contratos, Filipe Borges de Macedo prevê um futuro negro para o mercado e para as famílias porque o «simples facto de fazer uma contestação obriga ao dispêndio de uma verba acima dos 200 euros».
«Face às atuais circunstâncias duvido também que possam contestar. Em relação ao mercado, penso que caminhamos para uma catástrofe», concluiu.